Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR é formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo.

Com 5 mil volumes, o Acervo é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século XIX até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico.
O Acervo está localizado na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Neste blog serão publicadas informações sobre esse acervo.


Seja bem-vindo.







segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MATEMÁTICAS E GEOMETRIAS


Como método fundamental das ciências, a observação foi a origem de tantas descobertas e explicações sobre o mundo em que vivemos.  Questões do cotidiano e necessidades práticas ajudaram a desenvolver o que sabemos hoje em todas as áreas do conhecimento.
Pois o Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE contribui, senão para o desenvolvimento científico, ao menos para a recuperação histórica de como as ciências eram e ainda são ensinadas nas escolas.
Nesta postagem abordo livros antigos de Geometria. De origem grega, a palavra significa  “medir a terra” (geo-terra, metria).
Necessidades do dia a dia tais como: áreas de plantio, definição de fronteiras, delimitação de posse de terras, construção, entre outras, iniciaram esses cálculos e fórmulas. Foi com o matemático grego Euclides (325-265 a.C) que a Geometria desenvolve-se como ciência.
Para alguns educadores o ensino da geometria não é prestigiado nas aulas de matemática, ficando muitas vezes por último nos planos de curso.
O AHLE resguarda centenas de livros escolares de matemática, álgebra e geometria. Os mais antigos são: Elementos de Geometria de 1892; Elementos de Álgebra, de 1912 e Arithmetica para o curso primário, de 1918.
Quem sabe essas informações que divulgam o Acervo inspirem para uma história do ensino da matemática. Fica aqui a sugestão.


Obs. As ilustrações desta postagem são do livro Elementos de Geometria de 1896 e tem como autoria a sigla F.I.C. que significa a série de livros das escolas da Congregação Fréres de L’Instruction Chrétiene.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Sergio Buarque de Hollanda e os livros didáticos de história



São vários os autores que se dedicaram à ficção, a ensaios ou a publicação de livros de teoria e de análise sobre a história e a realidade brasileira e também se dedicaram, em algum momento, a escrever livros didáticos ou de uso escolar para crianças e jovens.

Destaco nesta postagem um desses nomes: Sergio Buarque do Holanda (1902-1982), autor, entre outros livros, de Raízes do Brasil (1936),[1] considerado um dos importantes títulos da moderna historiografia brasileira.
Sobre livros didáticos Sergio Buarque dirigiu pela Cia Editora Nacional, nos anos de 1970, a Coleção Sergio Buarque de Hollanda, com outros autores, como Carla de Queiroz, Sylvia Barboza Ferraz e Virgílio Noya Pinto e assessoria didática complementar de Laima Mesgravis.

Editada entre 1971 e 1989 e composta por livros para as séries ginasiais ou 5ª a 8ª série do 1º grau (de acordo com as mudanças nos nomes  dos cursos), essa coleção foi considerada inovadora como livro escolar de história, tanto em relação à didática e a apresentação dos conteúdos, quanto às ilustrações.[2] 

O AHLE mantém: Das origens à Independência, de 1971 e Da Independência aos nossos dias, de 1972 e 1977 e História da Civilização, para as 7ªs e 8ªs séries do 1º grau (1975), todos pela Cia Ed. Nacional.

Sobre as denominações dos cursos, conforme as diferentes leis do ensino, esclareço a seguir: os cursos ginasiais, com duração de quatro anos eram voltados para alunos entre 10 e 14 anos. Esse curso foi substituído, segundo a Lei n. 5692/71 pelo 1º grau (5ª, 6ª, 7ª e 8ª series) e atualmente corresponde ao 2º ciclo do Ensino Fundamental.

O AHLE resguarda centenas de livros de história muito procurados por pesquisadores. Um dos mais antigos é Resumo da História do Brazil, de José E. C. de Sá e Benevides, editado pela Francisco Alves, 1915, 10. edição.


Notas:



[1] Uma edição comemorativa dos 70 anos desta publicação, em 2006, foi organizada por Ricardo Benzaquen de Araújo e Lilia Moritz Achwarcz. Publicado pela Cia das Letras, reuniu prefácios e introduções ao livro, além de novas contribuições escritas especialmente para a edição.

[2] Verificar: MÁSCULO, Jo´se Cássio. A coleção Sérgio Buarque de Hollanda: livros didáticos e ensino de história. Tese (doutorado), PUCSP, 2008.




segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PRÁTICAS DE LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS NO LIVRO DIDÁTICO



Faço aqui algumas especulações sobre a escola como um dos espaços de formação de leitores. Afinal, ler é um hábito que se forma e é na família, que na maioria das vezes, isso acontece pela aproximação com livros, revistas, gibis, jornais e com adultos que lêem para si e para a criança. Claro que atualmente o texto escrito está também em computadores, celulares, e-books etc. e tal, mas isso não anula a formação do hábito da leitura.

Essa iniciação, que nem todos têm junto à família, envolve ainda mais  o papel da escola na formação da criança leitora e com isso, a utilização do livro didático como uma dos instrumentos para essa   formação.

Desde os livros de primeiras leituras com textos literários infantis,  até as antologias literárias, o livro didático foi e ainda é um material indispensável para abordar textos de literatura e aproximar alunos e alunas com autores mais consagrados, clássicos, contemporâneos e populares. (1)
(1944)

Algumas ideias podem contribuir para essa prática. Por exemplo, conhecer uma biblioteca, mas demoradamente, deixando a criança se aproximar dos livros; incentivar a ‘contação’ de histórias; propor a “hora da leitura”; proporcionar encontros com autores; respeitar  a iniciativa do estudante; transitar por vários gêneros desde a poesia, a crônica, o conto, o romance ou textos opinativos e principalmente,  não impor textos sem conexão com alguma questão de contexto. Mesmo autores de séculos passados têm vínculo com temas que são universais e atemporais. Esse é um dos mais importantes predicados das artes em geral e da literatura em particular.
(1962)

Alguns entraves que podem dificultar a prática da leitura literária na escola: a opinião sedimentada de que o aluno ou aluna não gostam de ler ou mais, “as novas gerações não lêem”; falta de material ou de um ambiente propício; bibliotecas pouco convidativas e também o fato de que nem sempre o professor é um leitor.

Bem toda essa especulação sobre leitura literária e livro didático teve o propósito de trazer alguns livros de leitura na escola de tempos atrás, livros que o ACERVO HISTORICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém em seu acervo.
Afinal não é com a história que apreendemos melhor os tempos atuais? Ou que ao menos nos provoca uma atitude reflexiva e a compreensão da construção de práticas pedagógicas? Ora, estudos comparativos, de métodos, contrastes entre textos e períodos históricos são perspectivas de pesquisa que estimulam novas abordagens. E muitas vezes, não tão novas assim.


Notas:


(1) Uma dissertação de mestrado que aborda essas questões e traz uma bibliografia significativa: Feitosa, Márcia Soares Araujo. Prática docente e leitura de textos literários no Fundamental II: uma incursão pelo programa Hora da Leitura. Mestrado, Faculdade de Educação da USP, 2008. Acessado em 28/11 http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

NOVO MANUAL DE LINGUA PORTUGUEZA (1916)




 Novo Manual de Lingua Portugueza (grafia reproduzida na forma literal do livro) é um desses títulos que chama a atenção pela autoria: “por uma reunião de professores”, pela indicação do método: “grammatica pouca, exercícios muitos” e claro, pela antiguidade.
Esse exemplar é de 1916, como "nova" edição, o que nos permite avaliá-lo como mais antigo ainda. Seu conteúdo trata da gramática, da lexicologia, da analyse (gramatical) e da composição, segundo explicações da capa.
Editado pela Livraria Francisco Alves & Cia., editora também de livros didáticos, pertence à coleção F. T. D. Essa sigla é em homenagem à Frere Theophane Durand, do Instituto Marista, ordem religiosa de origem francesa. A FTD tornou-se uma editora no Brasil, ainda atuante. 
O livro em questão faz parte dessa coleção didática que os Irmãos Maristas produziram na época, além de obras para o ensino religioso e é voltado para os cursos secundários.
A respeito dos cursos secundários, cabe esclarecer que "no período da Primeira República (1889-1930), para o ensino secundário, a União tinha como responsabilidade manter o Colégio Pedro II, e os Estados, apenas um ginásio-modelo nas suas capitais. Esses ginásios se submetiam às diretrizes curriculares daquele. Boa parte das escolas secundárias, então, eram mantidas pela iniciativa privada." (1) 
Uma das lições do livro
Sobre esse Novo Manual..., sua divisão, a didática usada  e a apresentação de conteúdos fazem dele um  exemplar de pesquisa sobre o ensino da Língua e também sobre a sua história. O fato de ser produzido por professores é um indicativo precioso de como era ou ao menos de pensava, em sala de aula, a instrução da língua para o curso secundário na época.
Tanto como exemplar de recuperação histórica, quanto de análise comparativa, este livro pertence àqueles que são raros e merecem ser conhecidos pelas informações que traz.
Outros livros de Gramática ou de Língua Portuguesa são resguardados pelo AHLE, como  também livros escolares para o ensino secundário. O histórico desse grau de ensino é sintomático como parâmetro para avaliarmos o interesse despertado por esses cursos nos dias atuais.

Notas:

(1) Verificar: LOPES Silvana Fernandes. A Educação Escolar na Primeira república: a perspectiva de Lima Barreto. Acesso: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/






segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ARNALDO DE OLIVEIRA BARRETO

São vários os autores de livros escolares em um acervo com cinco mil títulos. Mas alguns se destacam pela quantidade de livros que escreveram, pela especialidade das matérias de ensino que se dedicaram, pela curiosidade sobre a abordagem de determinados temas, pela antiguidade ou  pela formação que tiveram, entre outros fatores.
Arnaldo de Oliveira Barreto (1869-1925) é um desses autores. Inspetor da seção masculina da Escola Caetano de Campos,(1) Barreto escreveu muitos livros escolares e de leitura para crianças.
Foi um dos organizadores da coleção Biblioteca Infantil, da Editora Melhoramentos, no inicio do século XX.  Eram livros que estimulavam a leitura com pequenas histórias já consagradas do universo infantil (neste blog já escrevi sobre essa série).
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém vários livros deste autor, além dos publicados pela coleção citada. Enumero alguns a seguir:
A pobre abelhinha- leituras extra escolares para meninos de mais de 12 anos. Typ. Siqueira, 1926, provavelmente sobre sua experiência no Caetano de Campos.
Corações de criança. Leituras preparatórias.  Ed. Francisco Alves, 1918.
Cartilhas das mães. Ed. Fco Alves, 1960, 82ª edição. A primeira edição deste livro foi em 1895.
Organizou o livro de Mme. Leprince de Beaumont: O Bazar das creanças diálogos de uma sabia preceptora com suas discípulas, Ed. Garnier, Tomos I e II.
Expomos nas ilustrações outro livro com a organização de Barreto: Vários Estylos – selecta de trabalhos literários de autores modernos e contemporâneos para uso nas classes de gymnasios e Escolas Normaes. Ed. Melhoramentos, 1910 (?), 6ª ed. 
Este último é uma antologia que reúne pequenos textos de autores nacionais e estrangeiros. As ilustrações trazem Olavo Bilac e Vitor Hugo.
O AHLE mantém centenas de títulos de livros de uso escolar com textos literários voltados para os cursos elementares, secundários e de formação de professores.
Indico o site http://www.unicamp.br/iel/memoria/  para aqueles que se interessam pelo tema e também convido-os a pesquisar no nosso ACERVO.

Notas:
(1) Era usual a separação dos gêneros nas escolas. Sobre a Escola Caetano de Campos, verificar, entre outros trabalhos: MONARCHA, Carlos. A escola norma da praça - o lado noturno das luzes. Campinas, Ed. UNICAMP, 1999.


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

SOBRE LIVROS ANTIGOS E RAROS



Sobre livros antigos que influenciaram de alguma maneira a atuação do professor em sala de aula, nem sempre se consegue fazer afirmações certeiras. Mas se considerarmos que o livro em questão fez parte do acervo de uma Biblioteca Infantil, espaço de educação e de cultura[1], fica mais fácil ao menos levantar algumas hipóteses sobre a influência do livro por educadores.
É o que acontece com As sortes de Physica Recreativa, dos professores mais célebres, antigos e modernos, livro que ensina mágica e desvenda magias com explicações e ilustrações. Completando ainda os dizeres da capa: meios maravilhosos, fáceis e baratos de rir e instruir-se.
De autoria de Gastón Robert,  tratasse de nova edição ilustrada com 50 figuras explicativas. O livro data de 1893 e foi editado pela B. L. Garnier, do Rio de Janeiro.
Segundo o prefácio o livro faz parte de uma trilogia que Decremps chamava verdadeiro breviário do Farcista de bom tom. Henri Decremps (1746-1826) foi um mágico francês que publicou A magia branca revelada, desvendando as técnicas usadas para iludir.
Bem, eis um livro raro do século XIX, como outros que pertencem ao ACERVO HISTORICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE. Este provavelmente não foi usado em sala de aula, mas compôs o acervo de uma biblioteca infantil que teve papel fundamental na educação das crianças desde a década de 1930. Não foi a toa que o livro freqüentou as prateleiras dessa Biblioteca.

Notas


[1] Trata-se da Biblioteca Infantil Municipal, criada em 1936, como parte de um projeto de cultura implementado na cidade de São Paulo pelo Departamento de Cultura, na época, dirigido por Mário de Andrade.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

LIVROS ESCOLARES DO SÉCULO XIX - Pequena Grammatica da Infância





São poucas as referências que temos sobre exemplares dos livros didáticos publicados do século XIX. Alguns trabalhos sobre a edição de livros escolares no período nos mostram o cenário dessas publicações. A profa. Circe Bittencourt tem textos sobre o tema[1]  e também a profa. Ana Maria de Oliveira[2].
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE mantém alguns livros oitocentistas já mencionados neste blog, como Os Lusíadas para escolares, publicado por Abílio Cesar Borges, o Barão de Macaúbas.

Pequena Grammatica da Infância, de Joaquim Maria de Lacerda, editado pela H. Garnier, do Rio de Janeiro, é um desses exemplares resguardados pelo AHLE com poucas informações sobre a data de publicação e a circulação do livro. Na capa há indicação “para uso das escolas primárias” e trata-se de “nova edição”.

O autor nasceu no Rio de janeiro em 1838 e faleceu em 1886. Portanto o livro originalmente deve ser da década de 70 ou 80 do século XIX.  Publicações como Alfabeto português e Aritmética da Infância, entre outras, indicam a produção desse autor no gênero do livro didático.

No livro indicado não há prefácio nem introdução. Logo na primeira página Joaquim aborda a Etymologia, como primeira parte do livro, seguida pela Syntaxe, pela Prosódia e pela Orthographia, como quarta parte. Observo, neste blog, a ortografia original do livro. O exemplar tem 120 páginas e nenhuma ilustração.

Eis um exemplar para pesquisadores sobre a evolução da língua portuguesa, sobre a história da gramática e do ensino nas escolas primárias do período.




Notas:




[1] BITTENCOURT, Circe (2004). Apresentação – História, produção e memória do livro didático. In: Educação e Pesquisa. Revista da Faculdade de Educação da USP, v. 30.

 

[2]GALVÃO, Ana Maria Oliveira. A circulação do livro escolar no Brasil oitocentista. UFMG, disponível em  www.anped.org.br/sites/default/files/gt02


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

SOBRE GRAMÁTICAS



 Quando falamos em livros de gramática pensamos logo naquelas regras todas que compõem a Língua Portuguesa. Pois é isso mesmo. Dentre os livros que o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE resguarda, datados desde o fim do século XIX até os anos 1970, centenas são de Língua Portuguesa em todas as suas especificidades e muitos de gramática, matéria já comentada em outra postagem deste Blog e que será retomada aqui.
Pois chamam à atenção nesses livros as várias denominações que acompanham a especificidade do título: Gramática metódica; expositiva; descritiva; normativa; simplificada; elementar; prática, além de “novíssima ou moderna”. E é sobre  esses diversos títulos de que tratarei.
O AHLE consegue demonstrar as mudanças ocorridas tanto na língua, quanto nos métodos de ensino, por ter livros escolares que abrangem um período de oitenta anos consecutivos. Mudanças essas próprias da dinâmica da língua e de sua história através do tempo, estudada pela Gramática Histórica, desde a sua origem, até as várias fases de sua evolução.
Vejamos então que Gramática descritiva ou expositiva tem a mesma definição, expõem o estado atual da língua.
Por outro lado, Napoleão Mendes de Almeida, consagrado autor de livros escolares de Língua Portuguesa, usou, desde os anos de 1950, o termo, “metódica” e explica: “o estudo da gramática é metódico, gradativo. Das noções elementares de linguagem vai o aluno ampliando aos poucos, vagarosa, mas completamente.”[i] Gramática Metódica de Língua Portuguesa é título de três exemplares do autor, no acervo, reeditados até os anos de 1970.
Francisco da Silveira Bueno e Lima Rocha, por sua vez usam o termo “normativa”. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Esse termo parece uma redundância, já que a gramática apresenta as normas, as regras que orientam a língua, mas na 1ª edição de 1944, Silveira explica que até então as gramáticas continham um excesso de análise lógica, o que afastava o aluno. E a sua gramática trazia explicações em notas, exemplos clássicos e modernos, citações etc., métodos mais afinados com o seu tempo.
Os termos, “simplificada ou elementar” apontam para o grau de ensino que a publicação está voltada, geralmente para o programa do antigo curso ginasial, atual 2º ciclo do ensino básico.
E os termos, “moderna ou novíssima” se orientam pelo “novo tratamento a temas da língua” e com isso, assinalam para uma abordagem menos clássica ou tradicional. Um dos livros de Evanildo Bachara, por exemplo, é assim apresentado pelo autor, ao incluir “análise literária”.
O mais antigo livro de gramática do AHLE é de 1924, editado pela Fco. Alves, Grammatica Portugueza, de Alfredo Gomes, já na 24ª edição. Outro livro com o mesmo título, de 1925, tem autoria de João Ribeiro, cuja 1ª edição data de 1921.
O AHLE disponibiliza para a pesquisa dezenas de livros com o título de "gramática" e outros tantos livros específicos de regras gramaticais, tais como: sintaxe de construção, crase, correção de frases etc.
 Afinal, última flor do Lácio, inculta e bela, já dizia o poeta.

Notas:




[i] Prefácio de ALMEIDA, Napoleão Mendes. Gramática Metódica da Língua Portuguesa. SP, Saraiva, 1958.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

JOÃO KOPKE


Ao continuar com pequenas biografias de educadores  ou dos  que publicaram livros escolares, apresento João Kopke (1852-1926). Utilizo aqui a biografia não como um gênero historiográfico, mas para trazer algumas informações e situar autores dos livros que o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR   - AHLE disponibiliza para os pesquisadores e público afim. Para quem tiver interesse no tema, indico um título de François Dosse.{1}
Kopke nasceu no Rio de Janeiro, foi advogado e promotor público, mas logo dedicou-se ao ensino. Lecionou em Campinas no Colégio Culto à Ciência (criado em 1873)[2] e fundou, na cidade de São Paulo, a Escola de Neutralidade, onde lecionaram Caetano de Campos e Rangel Pestana.
Foi autor de cartilhas, a mais consagrada, Método racional e Prático de aprender a ler sem soletrar, foi publicada pela Ed. Garraux e recomendada para as escolas de São Paulo. Essa cartilha adotou o método da silabação, em contraponto à soletração, metodologias mais utilizadas na época. A soletração, uma das mais antigas formas de alfabetizar, privilegiava a memorização. 
Kopke escreveu também inúmeros livros escolares para crianças e adolescentes.
Para os estudos sobre as práticas de leitura e escrita nas escolas, a obra e a trajetória de João Kopke trazem significativas informações sobre o contexto escolar paulista do fim do século XIX e início do XX.
O AHLE resguarda dois livros do autor e quatro livros da Coleção João Kopke da Ed. Francisco Alves.
Os livros da Coleção foram revistos pela professora Lucia Monteiro Casasanta: Histórias de meninos na rua e na escola, 26ª edição de 1960 e 29ª edição de 1963, ambas da Ed. Francisco Alves e Histórias de crianças e animais, 1º livro, de 1961 e 1963, 26ª e 28ª ed.





Notas: 
{1} Dosse, François. O desafio biográfico: escrever uma vida. SP, Edusp, 2009.

[2] Verificar:Adriana Lech Cantuaria. Escola Pública e competência escolar – o caso do Colégio Culto à Ciência. FE/Unicamp. http://27reuniao.anped.org.br/gt14/t141.pdf

Sobre o autor verificar, entre outros, Claudia Panizzolo. João Kopke, o ensino da leitura e da escrita. PUCSP. http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe3
Este trabalho trata do educador João Kopke, mostra sua relevância para a História da Educação e também faz um levantamento de outros estudos acadêmicos sobre o autor, facilitando, assim, a pesquisa (sem dúvida, umas das funções do pesquisador).

Parte deste texto teve como fonte: www.unicamp.br/iel/memoria



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

CANTOS INFANTIS




Alguns temas em educação escolar não são constantes nas pesquisas que retomam aspectos da escola de anos atrás. Um desses temas é o Canto Orfeônico, talvez por não ser consagrado como matéria importante ou simplesmente porque outras questões se sobrepõem e assim, música na escola fica ao largo dos interesses dos pesquisadores em História da Educação, com algumas exceções. Como disciplina de ensino o Canto orfeônico compôs o currículo do ensino secundário (atual médio) na década de 1930, com a reforma do ensino de Francisco Campos.Neste blog já apontamos sua origem.

Pois como uma das expressões artísticas, cuja proximidade pode despertar talentos ou simplesmente despertar paixões, a música teve um papel na formação escolar. Por meio de cantos cívicos e hinos patrióticos, por exemplo, veiculou ideias em períodos como o Estado Novo, ou ainda, divulgou tradições folclóricas e mais, favoreceu momentos agregadores dos escolares, pois foi quase sempre uma atividade coletiva.(1)


O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém diversos livros de música na escola, desde o canto orfeônico, hinos patrióticos, até livros voltados para os professores.
Dentre outros, destaco Cantos Infantis da década de 1950, "para uso das Escolas Normais", antigo curso de formação de professores extinto com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996.
Ora, além de servir à pesquisa, o AHLE tem a vocação de despertar lembranças e provocar a memória afetiva de várias gerações.  Atenta a essa vocação, resolvi dispor, na ilustração, o índice desse livro. Quem sabe alguém se lembra das canções infantis de sua época.

Notas
(1) Verificar, LEMOS, Jr. Wilson."O ENSINO DO CANTO ORFEÔNICO NA ESCOLA SECUNDÁRIA BRASILEIRA (DÉCADAS DE 1930 E 1940)". Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.42, p. 279-295, jun2011 - ISSN: 1676-2584. Acesso: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/



quinta-feira, 11 de agosto de 2016

MEU CORAÇÃO - Série Graduada para o curso primário

“Meu Coração” é título de uma série graduada dos anos de 1960. Essas séries de livros eram editadas para os primeiros anos da escolarização: os quatro anos do antigo curso primário e geralmente vinham acompanhadas de uma cartilha.
A autora, Alaíde Lisboa de Oliveira (1904-2006), foi professora da Faculdade de Filosofia da Universidade de Minas Gerais e Diretora do Colégio de Aplicação, provavelmente dessa universidade. Irmã da poetisa Henriquieta Lisboa (1901-1985), publicou inúmeros livros, foi jornalista e enveredou pela vida política.
Dessa série “Meu Coração” o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR -AHLE tem livros das 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries primárias, além do, “Leituras Intermediárias”, esse último aplicado entre a cartilha e os de primeiras leituras, para facilitar a aproximação com pequenas histórias.
Os livros tem a preocupação em trazer algumas questões sobre os textos, que abordam  cenas do cotidiano das crianças, tais como,  “Os passarinhos” ou “A casa do cachorrinho” ou ainda, “Na hora do jantar”, junto a pequenos escritos ou poesias de autores do porte de Olavo Bilac ou Zalina Rolim.  Na última parte do livro, então, a autora propõe perguntas sobre o entendimento dos enredos que compõem o livro.
“Meu Coração” é título consagrado de livros escolares no período, desde a publicação de “Cuore”, do italiano Edmondo De Amicis, editado originalmente em 1886, com muito sucesso e traduzido em língua portuguesa em 1891, por João Ribeiro e publicado pela Livraria e Editores Francisco Alves.
O AHLE  resguarda inúmeras séries graduadas que serão, aos poucos, divulgadas aqui.


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

MEMÓRIA ESCOLAR: CARTILHAS E PRIMEIRAS LEITURAS



Livros de primeiras leituras e as cartilhas, além de mostrarem como eram os métodos para alfabetizar crianças ou quais os primeiros textos escolhidos para os pequenos, provocam certa nostalgia.
Dentre os livros que nos acompanharam na vida escolar, são esses os que trazem lembranças de bons momentos, quase sempre afetivas e muitas vezes impregnadas por uma visão anacrônica,  tal qual,  “no meu tempo era melhor”.
Pois para provocar um pouco este passado, quem sabe idealizado por parecer-nos mais simples, ingênuo, até, é que vamos divulgar neste espaço esses primeiros livros que o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE preserva.
Tem uma citação que achei adequada ao trabalho que desenvolvo aqui: “Num mundo que caminha resolutamente para tornar-se uma vasta pedreira, o colecionador passa a ser aquele indivíduo empenhado num trabalho devoto de resgate.[1] (SONTAG: 75).
Pois é esta a função de um Acervo como o AHLE, resguardar e disponibilizar livros antigos que recuperam histórias tanto individuais, quanto coletivas, histórias de gerações e que trazem aspectos sócios culturais de determinado contexto. 
Uma cartilha de 1941, editada em Porto Alegre e uma Antologia Escolar de poemas para a infância de 1971, ilustram esta página.
A cartilha começa com formas simples de maiúsculas impressas e por fim, minúsculas, como o exemplo da ilustração. Segundo a autora o método é o "prático", mas pelas lições percebe-se que  grosso modo o método é o sintético, da parte para o todo, que inspirou várias formas de alfabetização.
Já a antologia escolar, de autoria de Henriquieta Lisboa, chama a atenção pelos poemas escolhidos, pois trata-se, como indica o título, de poemas para crianças. Autores como Federico García Lorca, Alphonsus de Guimarães, Fernando Pessoa e Gabriela Mistral, por exemplo, estão presentes, indicando a preocupação de levar para as crianças autores nem sempre fáceis, mas que em sala de aula podem ser desvendados com a ajuda do professor, personagem importante no processo de aprendizagem, apesar de alguns métodos de ensino atualmente questionarem esse papel. 
Abraços




Notas:
[1] SONTAG, Susan. Ensaios sobre a fotografia. Rio de Janeiro, Ed.Arbor, 1981.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

PUERICULTURA

O ato de educar crianças esteve atrelado a várias concepções ao longo do tempo, desde a disciplinar, a que enxergava na criança um pequeno adulto, até as mais modernas noções de educação. Foi com a psicologia que a educação tornou-se foco de atenção de forma mais orgânica, na medida em que se propagaram métodos e manuais concebidos por várias áreas do conhecimento, desde a pedagogia, a pediatria, a psicologia, a psiquiatria etc. E assim a educação tanto escolar, quanto familiar,  assistindo a criança como um todo. E aí aparece a puericultura, palavra de   origem latina (puer,i),  que defini-se como um conjunto de técnicas empregadas para assegurar o perfeito desenvolvimento físico, metal e moral da criança, desde a gestação.
Foi matéria de ensino nas antigas Escolas Normais ou de Magistério e atualmente não compõe o currículo dos cursos mais consagrados de Pedagogia, por não corresponder ao que se concebe hoje como educação das crianças e jovens.
A origem da puericultura é francesa, no fim do século XVIII e no Brasil se desenvolve nos anos de 1920, primeiramente associada à higiene, aos cuidados com o corpo, ao acompanhar os novos conceitos da medicina e também pelos impactos da urbanização.

O Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE resguarda centenas de livros das antigas Escolas Normais e, muitos de Puericultura. Entre esses, uma curiosa enciclopédia ilustrada editada nos EUA nos anos de 1950, em três volumes e publicada no Brasil nos anos 60. É a que ilustra esse pequeno artigo.
Uma boa fonte de pesquisa para quem se envolve com a História do educar. 

terça-feira, 28 de junho de 2016

Joaquim Silva: autor de livros de história

Com o objetivo de continuar a traçar questões sobre a autoria de livros didáticos, com textos informativos dos autores, divulgo aqui Joaquim Silva (1880-1966).
Sem dúvida, entre os livros didáticos existem alguns que foram reeditados por décadas, atingindo assim várias gerações. É o caso de Joaquim Silva autor de livros de História. Junto com Borges Hermida, destacou-se nos anos de 1950 e 1960, com ampla produção didática.
Professor e diretor de escolas no interior de São Paulo, como Tatuí e Sorocaba, Joaquim Silva não foge ao modelo do professor-autor de livros escolares. Sua obra tornou-se referência no ensino de história, chegando a inúmeras edições.
Existem trabalhos que se debruçam sobre a autoria dos livros didáticos e a importância de se conhecer o contexto em que o livro foi produzido, tanto o sócio-cultural, quanto as linhas pedagógicas e o modelo de educação destacados no período. Com isso entende-se porque determinados parâmetros e linhas metodológicas foram usadas pelo autor.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém livros de história, tanto os didáticos, quanto os paradidáticos e alguns de referência. É um conjunto de livros muito procurado por estudantes e pesquisadores. Sobre a produção de Joaquim Silva, o AHLE mantém História da Civilização dos anos de 1930, para o curso ginasial ; História do Brasil, também para o ginásio, dos anos de 1940; História da América, dos anos 1950 e História Geral, dos anos 1960. Também, junto com Aroldo de Azevedo, Joaquim Silva publicou livros didáticos para o curso de admissão.


Notas:


Entre outros trabalhos, indico a tese de doutorado: Professor Joaquim Silva, um autor da história ensinada do Brasil: livros didáticos e educação moderna dos sentidos (1940-1951), autoria de Arnaldo Pinto Junior, defendida em 2010 na Faculdade de Educação da UNICAMP.

terça-feira, 31 de maio de 2016

GUIAS CURRICULARES


Guias curriculares são documentos oficiais informativos sobre currículos escolares de graus e matérias de ensino, basicamente dos anos 1970, baseados nas mudanças educacionais do governo militar.
Esses Guias foram elaborados por profissionais da educação e são considerados de orientação docente.

“Guia” significa dirigir, dar um rumo, termo indicativo do ideário do regime autoritário que se instalou no país.
Com a abertura e novos ares para a educação foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, nos anos 1990, usados como referência a partir da diversidade social e cultural do país. 

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE, além dos livros escolares, resguarda alguns Guias Curriculares como materiais de auxílio à pesquisa, junto a livros de referência e outros de formação de professores.
Uma última aquisição foi: Guias curriculares propostos para as matérias do núcleo comum do ensino do 1º Grau, da Secretaria da Educação de São Paulo, elaborado pelo Centro de Recursos Humanos e Pesquisas Educacionais Prof. Laerte Ramos de Carvalho.
São guias curriculares de Comunicação e Expressão; Estudos Sociais e Ciências e tratam das mudanças implantadas na Educação pela Lei 5.692/71.

Outros Guias: 
Subsídios para a implementação do guia curricular de língua portuguesa para o 1º grau, de 1981 de autoria de  Marieta Lúcia Machado Nicolau.

Ensinando matemática a crianças – guia para o professor do 1º ano. Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, de 1960, de Almira Sampaio Brasil da Silva, et alli.



quarta-feira, 18 de maio de 2016

A temática do trabalho

No dia 1º de maio é comemorado o Dia do Trabalhador. Em 1886, nesta mesma data, trabalhadores de Chicago (Estados Unidos da América) promoveram protestos de rua e uma grande greve geral pedindo pela redução da jornada de trabalho, de treze para oito horas. 
Conflitos entre trabalhadores e policiais resultaram na morte de mais de doze manifestantes, sete policiais e dezenas de pessoas feridas. Um ano após o ocorrido, foi decidido então declarar o 1º de Maio como feriado em memória dos trabalhadores em luta por direitos trabalhistas.  
O trabalho é representado de várias formas e a escola teve um papel fundamental na qualificação da mão de obra para o trabalho na fase do desenvolvimento capitalista.

O Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE  possui muitos livros  que abordam a temática do trabalho, bem como uma variedade de ilustrações que retratam o trabalho do campo e da cidade. Os livros de ensino profissionalizante são muito presentes também, dado que por muitos anos as escolas ofereceram cursos técnicos, incentivados como uma alternativa à universidade no período da Ditadura Militar.

Sendo o AHLE um grande registro de 80 anos da educação brasileira, pode-se encontrar nele um vasto material destes livros profissionalizantes. Alguns inclusive trazem ilustrações de jovens exercendo profissões, como na série de livros de leitura O Pedrinho, que numa das capas o personagem aparece como marceneiro. 


Autoria: Aline Oliveira

Graduanda em Letras pela Universidade de São Paulo e estagiária do Acervo Histórico do Livro Escolar -  AHLE


segunda-feira, 11 de abril de 2016

O Idioma Nacional




 

 

Uma das vantagens deste Blog é dar luzes a estudiosos desconhecidos ou já não mais lembrados. Isso porque o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE abriga 80 anos da História da Educação do país e assim agrega títulos e autores mais antigos de livros escolares, muitas vezes, esquecidos. Vale lembrar que esses autores geralmente têm uma produção da escrita não só didática.


Este é o caso de Antenor Nascentes (1886-1972), professor catedrático de português do Colégio Pedro II e considerado um dos grandes estudiosos da língua portuguesa do século XX, com inúmeras publicações. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Filologia[1], Antenor, além de livros escolares, foi autor de inúmeros estudos, como o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, que lhe deu notoriedade no meio literário e acadêmico. Recebeu o prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra em 1962.
Sobre livros escolares, Antenor Nascentes tem uma vasta produção. Destaco a série O Idioma Nacional, em cinco volumes. Essa série é dirigida ao público estudantil e foi publicada nos anos de 1920, pela Typographia A Encadernadora do Rio de Janeiro e como depositário, a Livraria Machado. Outras edições tiveram como depositários a Livraria Alves e a Livraria Briguiet.
O AHLE tem três títulos dessa coleção: os volumes II, 1ª ed. de 1927 e reedição de 1942; o volume III, reedição de 1942 e o volume V, 2ª edição de 1935. O primeiro volume foi publicado em 1926 e não faz parte desse Acervo.
O período de publicação desses volumes é o da naturalização da língua, movimento que se inicia no fim do século XIX, de consolidação da língua brasileira e  do Estado nacional. Chama a atenção, por exemplo, o capítulo sobre a  "Métrica dos Cantadores nordestinos", indício dessa abordagem voltada para a brasilidade.
Outros livros escolares do autor: Dificuldades de análise gramatical de 1959; Método prático de análise sintática, de 1961 e  Dificuldades de análise sintática, de 1961, todos da Francisco Alves Editora, além de vários dicionários.
O AHLE  mantém centenas de livros escolares de língua portuguesa.







[Notas:


1 Criada em  1944, com sede no Rio de Janeiro.