Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR é formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo.

Com 5 mil volumes, o Acervo é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século XIX até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico.
O Acervo está localizado na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Neste blog serão publicadas informações sobre esse acervo.


Seja bem-vindo.







segunda-feira, 22 de agosto de 2016

CANTOS INFANTIS




Alguns temas em educação escolar não são constantes nas pesquisas que retomam aspectos da escola de anos atrás. Um desses temas é o Canto Orfeônico, talvez por não ser consagrado como matéria importante ou simplesmente porque outras questões se sobrepõem e assim, música na escola fica ao largo dos interesses dos pesquisadores em História da Educação, com algumas exceções. Como disciplina de ensino o Canto orfeônico compôs o currículo do ensino secundário (atual médio) na década de 1930, com a reforma do ensino de Francisco Campos.Neste blog já apontamos sua origem.

Pois como uma das expressões artísticas, cuja proximidade pode despertar talentos ou simplesmente despertar paixões, a música teve um papel na formação escolar. Por meio de cantos cívicos e hinos patrióticos, por exemplo, veiculou ideias em períodos como o Estado Novo, ou ainda, divulgou tradições folclóricas e mais, favoreceu momentos agregadores dos escolares, pois foi quase sempre uma atividade coletiva.(1)


O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém diversos livros de música na escola, desde o canto orfeônico, hinos patrióticos, até livros voltados para os professores.
Dentre outros, destaco Cantos Infantis da década de 1950, "para uso das Escolas Normais", antigo curso de formação de professores extinto com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996.
Ora, além de servir à pesquisa, o AHLE tem a vocação de despertar lembranças e provocar a memória afetiva de várias gerações.  Atenta a essa vocação, resolvi dispor, na ilustração, o índice desse livro. Quem sabe alguém se lembra das canções infantis de sua época.

Notas
(1) Verificar, LEMOS, Jr. Wilson."O ENSINO DO CANTO ORFEÔNICO NA ESCOLA SECUNDÁRIA BRASILEIRA (DÉCADAS DE 1930 E 1940)". Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.42, p. 279-295, jun2011 - ISSN: 1676-2584. Acesso: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/



quinta-feira, 11 de agosto de 2016

MEU CORAÇÃO - Série Graduada para o curso primário

“Meu Coração” é título de uma série graduada dos anos de 1960. Essas séries de livros eram editadas para os primeiros anos da escolarização: os quatro anos do antigo curso primário e geralmente vinham acompanhadas de uma cartilha.
A autora, Alaíde Lisboa de Oliveira (1904-2006), foi professora da Faculdade de Filosofia da Universidade de Minas Gerais e Diretora do Colégio de Aplicação, provavelmente dessa universidade. Irmã da poetisa Henriquieta Lisboa (1901-1985), publicou inúmeros livros, foi jornalista e enveredou pela vida política.
Dessa série “Meu Coração” o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR -AHLE tem livros das 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries primárias, além do, “Leituras Intermediárias”, esse último aplicado entre a cartilha e os de primeiras leituras, para facilitar a aproximação com pequenas histórias.
Os livros tem a preocupação em trazer algumas questões sobre os textos, que abordam  cenas do cotidiano das crianças, tais como,  “Os passarinhos” ou “A casa do cachorrinho” ou ainda, “Na hora do jantar”, junto a pequenos escritos ou poesias de autores do porte de Olavo Bilac ou Zalina Rolim.  Na última parte do livro, então, a autora propõe perguntas sobre o entendimento dos enredos que compõem o livro.
“Meu Coração” é título consagrado de livros escolares no período, desde a publicação de “Cuore”, do italiano Edmondo De Amicis, editado originalmente em 1886, com muito sucesso e traduzido em língua portuguesa em 1891, por João Ribeiro e publicado pela Livraria e Editores Francisco Alves.
O AHLE  resguarda inúmeras séries graduadas que serão, aos poucos, divulgadas aqui.


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

MEMÓRIA ESCOLAR: CARTILHAS E PRIMEIRAS LEITURAS



Livros de primeiras leituras e as cartilhas, além de mostrarem como eram os métodos para alfabetizar crianças ou quais os primeiros textos escolhidos para os pequenos, provocam certa nostalgia.
Dentre os livros que nos acompanharam na vida escolar, são esses os que trazem lembranças de bons momentos, quase sempre afetivas e muitas vezes impregnadas por uma visão anacrônica,  tal qual,  “no meu tempo era melhor”.
Pois para provocar um pouco este passado, quem sabe idealizado por parecer-nos mais simples, ingênuo, até, é que vamos divulgar neste espaço esses primeiros livros que o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE preserva.
Tem uma citação que achei adequada ao trabalho que desenvolvo aqui: “Num mundo que caminha resolutamente para tornar-se uma vasta pedreira, o colecionador passa a ser aquele indivíduo empenhado num trabalho devoto de resgate.[1] (SONTAG: 75).
Pois é esta a função de um Acervo como o AHLE, resguardar e disponibilizar livros antigos que recuperam histórias tanto individuais, quanto coletivas, histórias de gerações e que trazem aspectos sócios culturais de determinado contexto. 
Uma cartilha de 1941, editada em Porto Alegre e uma Antologia Escolar de poemas para a infância de 1971, ilustram esta página.
A cartilha começa com formas simples de maiúsculas impressas e por fim, minúsculas, como o exemplo da ilustração. Segundo a autora o método é o "prático", mas pelas lições percebe-se que  grosso modo o método é o sintético, da parte para o todo, que inspirou várias formas de alfabetização.
Já a antologia escolar, de autoria de Henriquieta Lisboa, chama a atenção pelos poemas escolhidos, pois trata-se, como indica o título, de poemas para crianças. Autores como Federico García Lorca, Alphonsus de Guimarães, Fernando Pessoa e Gabriela Mistral, por exemplo, estão presentes, indicando a preocupação de levar para as crianças autores nem sempre fáceis, mas que em sala de aula podem ser desvendados com a ajuda do professor, personagem importante no processo de aprendizagem, apesar de alguns métodos de ensino atualmente questionarem esse papel. 
Abraços




Notas:
[1] SONTAG, Susan. Ensaios sobre a fotografia. Rio de Janeiro, Ed.Arbor, 1981.