Walter Benjamin[1] em seu relato sobre um colecionador alemão de livros infantis atenta para o fato de terem sido salvos da máquina de triturar papel. Este comentário nos remete ao livro escolar, material pouco conservado, considerado de uso momentâneo e com isso, objeto de consumo descartável, prestes a desaparecer.
Sem dúvida, o livro didático compõe a própria história do livro, mas é desvalorizado enquanto produção cultural, talvez pelo sentido do efêmero que o acompanha, porque se desatualiza, se desgasta e é facilmente substituível. Poucas foram as instituições que preservaram o livro escolar.
Assim, qual o propósito de resguardarmos livros escolares antigos? Em um primeiro momento surge a idéia de memória, de recuperação de tempos e práticas antigas, da reconstituição dos bancos escolares, das primeiras professoras e por aí vai.
Chama a atenção o interesse e a curiosidade, muitas vezes afetiva, que esses livros despertam na lembrança das pessoas. Testemunhamos frequentadores da Biblioteca Monteiro Lobato que nos pedem que mostremos livros de sua infância escolar ou pais desejosos de apresentarem aos filhos os livros em que foram alfabetizados. Em tempos de mudanças rápidas, a impressão de rupturas e não de um passado próximo e coletivo motiva a busca dessas representações, como memória, tão em voga atualmente.
Mas o objetivo principal do Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE, que não exclui sua vocação de despertar lembranças, é atender a necessidade de reunirmos fontes para a investigação científica, principalmente por se tratar, como apontamos acima, de um material que poucas instituições conservaram.
É importante ressaltar também que muitas vezes livros sem uso podem se transformar em um acervo de valor documental. Eric Hobsbawm[2], sobre as fontes de pesquisa para a história afirma que é o olhar investigativo ou as questões postas pelo pesquisador que transformam documentos em fontes de pesquisa. Em geral não existe material algum até que nossas perguntas o tenham revelado, afirma o autor.
Afirmação, sem dúvida, reveladora da origem do AHLE.
[1] Livros infantis velhos e esquecidos. In: Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. SP, Duas Cidades e Ed. 34, 2002.
[2] Sobre a História. São Paulo, Cia das Letras, 1998. P. 220.
Achei a iniciativa do blog muito positiva. Espero que haja uma continuidade. Uma sugestão: Da mesma maneira que no blog há uma lista de sites relacionados seria proveitoso pedir para o pessoal da informática do Depto de Bibliotecas incluir no site da Biblioteca Monteiro Lobato um link para este blog (com a anuência da chefia da Biblioteca). Acho que será bem útil, também, a Biblioteca Monteiro Lobato informar no link Acervo da Biblioteca Monteiro Lobato que ela possui um acervo histórico livros escolares.
ResponderExcluirgrande abraço
Sérgio T.G.Santos
BP Nuto Sant'Anna
Pça. Tenório Aguiar 32
fone 2973-0072
Não sei se sou emotivo ou, talvéz um pouco sentimental, porém, quanta saudade dos livros escolares, principalmente os de autoria de grandes escritores, assim como Lourenço Filho, Renato Seneca de Sá Fleury, Erasmo Braga e tantos outros que fizeram a alegria dos alunos de antigamente; Quanta recordação desses livros que infelizmente não tivemos o cuidado de preservá-los para a posteridade. Sugiro, que na medida do possível, esses livros sejam digitalizados e colocados na internet para conhecimento das crianças de hoje e para matar a saudade daqueles que como eu se lembram do tempo bom da escola.
ResponderExcluirEstou a procura de um exemplar do livro escolar intitulado "SAUDADES" de THALES CASTANHO DE ANDRADE, ano 1.919, livro do qual tenho saudades,pois o li pela ultima vez a mai de trinta anos,pertencia ao meu sogro,estava sem capa e com as folhas soltas, tentei recupera-lo, mas emminhas mudanças acabei por perde-lo,por favor se tiverem algumna notícia deste livro,por favor me retornem a mensagem,pela qual fico grato.
ResponderExcluirAtenciosamente
Antonio Milanez
antonio_milanez@superig.com.br
(55)ll-5926-3411
(55)11-9126-5783
Lí o livro "Saudades" do grande escritor Thales Castanho de Andrade mas não o tenho; caso tivesse seria com o maior prazer que tiraria uma cópia, mesmo que fosse xerox e enviaria ao senhor Antonio Milanez.
ResponderExcluirSenhor Antonio Milanez,
ResponderExcluirO ACERVO tem o livro "Saudade", do escritor Thales de Andrade. Convido-o a entrar em contato conosco, na Biblioteca Monteiro Lobato ou pelo emeio abaixo, para marcar um horário e assim, matar a saudade.
Azilde Andreotti
zi.andreotti@gmail.com
Continuo sugerindo a digitalização de livros escolares para conhecimentos dos mais jovens e para matar a saudade dos mais velhos. Se a internet dá tantas opções então porque não aproiveitar para esse fim também? Seria ótimo para todos nós, pois só assim poderiamos ter em nossos lares a felicidade de encontrar algo tão bom para nosso deleite e saudosismo.
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