A Vila de
São Paulo, origem da cidade cosmopolita atual, foi fundada em 25 de janeiro de 15 54
com uma missa e inauguração do Real Colégio de São Paulo de Piratininga pelos
jesuítas. Instalada no planalto enfrentava grandes dificuldades, tanto pela
serra de difícil acesso que a separava do litoral, quanto pela crueza na
relação com os índios, os primeiros donos da terra.
A Vila era cercada como
proteção e seus moradores constituíam-se de portugueses colonos, degredados,
jesuítas e indígenas escravizados, capturados nas guerras e os catequizados, na maioria Tupiniquins, que
viviam no planalto.
A Câmara da Vila já
funcionava e era composta por um juiz, dois ou três vereadores, um procurador
do conselho, um escrivão, um almotacel e um alcaide que se reuniam regularmente
e, através das “posturas” (regulamentos) tratavam de questões administrativas e
dos problemas cotidianos. Essas reuniões eram documentadas em forma de Atas e
hoje se constituem em testemunho desses primeiros tempos.
Referindo-se a cidade de São
Paulo, o historiador Affonso d’Escragnolle Taunay aponta que: nenhuma das nossas grandes cidades
quinhentistas pode ufanar-se da posse de um archivo como o de São Paulo.
(TAUNAY,1920: 22). Pois esse arquivo de
que trata o historiador são as Atas da Câmara de Santo André da Borda do Campo
e as Atas da Câmara da Villa de São Paulo, desde o século 16, que se encontram
no Arquivo Histórico Municipal de São Paulo.
As Atas da Câmara, na sua forma original, são manuscritos de papel de
trapo, de difícil leitura pela ortografia da época e caligrafia dos
escrivães. Mas em 1914 foram decifradas
e publicadas, ao longo do tempo, em livros. São 35 volumes, de 1555 até 1826, cuja
decifração paleográfica dos 26 primeiros volumes ficou a cargo de Francisco de
Escobar e os restantes por Manuel Alves de Souza, taquígrafo oficial, com o
apoio de Washington Luis, então prefeito de São Paulo.
Além do testemunho desses documentos, São Paulo, que comemora no dia 25
próximo 460 anos, é retratada na literatura, na música e na pintura. “Adoro
minha paulicéia e sou indivíduo do Brasil. Mas que gosto da rua Quinze, isso
gosto deslumbrantemente”, declarava
Mário de Andrade em Pau-Brasil, 1925.
Já nos livros escolares, tema principal deste Blog, São Paulo é representada
nas disciplinas de História e Geografia com diferentes enfoques que se inserem
nos contextos em que foram produzidos. Por exemplo, nos livros do século 19 há
o enaltecimento da cidade e do Estado que se desenvolvem rapidamente e se adiantam economicamente ao país; já
durante o Estado Novo, a figura do bandeirante é cultuada, principalmente após
a derrota de São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932 e assim por diante.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO
ESCOLAR – AHLE resguarda inúmeros livros didáticos e para-didáticos que tratam da cidade e do Estado de São Paulo em vários momentos de sua história.
ANDRADE, Mário de. Oswald de Andrade:Pau Brasil. set, 1925. IEB/USP.
TAUNAY, Affonso d’Escragnolle. “São
Paulo nos primeiros anos (1554-1601) Ensaio de reconstituição social.” Tours
Imprenta de E. Arrault et Cie, 1920.
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