Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR é formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo.

Com 5 mil volumes, o Acervo é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século XIX até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico.
O Acervo está localizado na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Neste blog serão publicadas informações sobre esse acervo.


Seja bem-vindo.







sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Malba Tahan



Malba Tahan (1895-1974), heterônimo de Julio Cesar de Mello e Souza, foi homenageado na Fliporto, evento literário que ocorreu em Olinda, Pernambuco, neste mês de novembro.



Professor de matemática Malba Tahan publicou inúmeros livros didáticos com cunho menos rígido, preocupando-se em atrair crianças e jovens para o mundo da matemática, matéria que muitas vezes foi e ainda é um entrave na trajetória escolar de muitos alunos. A didática do autor na transmissão da matéria não teve muitos seguidores. Afinal o que vemos são livros escolares bem tradicionais no tratamento da matemática para os estudantes. Sem dúvida as novas tecnologias devem ter facilitado, ao menos pela interação, o aprendizado dessa disciplina. Mas essa é outra história.


Em Matemática Divertida e Curiosa, publicado em 1934 há uma ”aula”: A geometria e o amor. Nela o autor relata a percepção de uma moça quando um pretendente seu, ao acompanhá-la de volta para casa, não mais ladeava as faces da praça por onde passavam e sim seguia pela diagonal da praça, mostrando seu desinteresse. Afinal era a linha mais curta.

“O Homem que calculava”, de 1938, por exemplo, talvez seu livro mais conhecido, teve inúmeras edições e foi usado por várias gerações.


Confundido como de origem árabe por conta do pseudônimo esse professor nasceu no Rio de Janeiro e adotou a referência ao mundo árabe “como homenagem ao povo que se notabilizou pelo desenvolvimento da matemática”, de acordo com André Pereira, neto do autor.



Segundo matéria da Folha de São Paulo[1] será lançado um site com vídeos, fotos, textos e entrevistas, como também desafios matemáticos. (www.malbatahan.com.br)



O ACERVO HISTORICO DO LIVRO ESCOLAR resguarda mais de uma dezena de livros do autor, alguns como Mello e Souza e outros como Malba Tahan, tais como: “Diabruras da Matemática” de 1943 e “Matemática Divertida e Delirante”, edição de 1962, entre outros.



Ilustrações:



MELLO E SOUZA. Histórias e fantasias da matemática.Ed. Calvino. 1939.



MELLO E SOUZA. As grandes fantasias da matemática. Ed. Getulio Costa, RJ, 1945.



Notas:
[1] Almeida, Marco Rodrigo. Folha de São Paulo. C. Ilustrada, 12 de novembro de 2011.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ensino de História

A Reforma de ensino dos anos de 1930,(1) que levou o nome do então ministro da Educação, Francisco Campos foi uma iniciativa que organizou a nível nacional os cursos secundários, entre outras disposições. Grau de ensino de alçada do governo central, esses cursos se limitavam a seguir o currículo do Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, modelo de ensino para todo o país. É comum em livros escolares mais antigos os dizeres, “De acordo com o programa do Colégio Pedro II”.
Nessa reforma o ensino secundário previa um ciclo fundamental de seis anos onde a disciplina história aparece em todas as séries. Nos ciclos complementares,(2) de dois anos, a história compõe o ciclo para candidatos à Faculdade de Direito.
A história, como disciplina, formou-se, no Brasil, pautada pelo modelo do Instituto Histórico e Geográfico, criado em 1838, permeando-se pela preservação de mitos e heróis e pela incursão em um passado glorioso, de feitos heróicos. Programas oficiais de ensino e os livros didáticos reiteraram essa visão.
Essa tradição positivista ou abordagem tradicional da história privilegia a cronologia, as personagens e suas ações como que descoladas de qualquer contexto. Ou seja, a história vista como uma sucessão de fatos, onde a dimensão individual é reforçada e não um processo dinâmico e contraditório de embates e mudanças. O modelo tradicional do ensino de história foi preponderante e vigorou até os anos de 1960, sendo então reiterado durante o período da Ditadura Militar.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE resguarda livros escolares de história desde o fim do século 19 até o início dos anos de 1980, contando com aproximadamente 200 títulos e sem dúvida trazendo um rico panorama do ensino dessa matéria.


Notas:


1. Em 1930, como chefe do governo provisório, Getúlio Vargas criou, entre outros, o Ministério da Educação e Saúde Pública.
2. Eram três ciclos de dois anos, assim distribuídos: candidatos à Faculdade de Direito; candidatos às Faculdades de Medicina, Odontologia e Farmácia e candidatos aos cursos de Engenharia e Arquitetura. Fonte: Romanelli, Otaíza. História da Educação no Brasil. SP, Vozes, 1988
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