Programas para alfabetizar a população adulta datam das primeiras décadas do século 20, mas nos anos de 1960 surge uma nova referência sobre esse tema: a pedagogia de Paulo Freire.
De forma resumida essa pedagogia visava articular educação popular e consciência política. Com o golpe militar de 1964, qualquer manifestação desse naipe foi censurado e seus mentores perseguidos.
Com um propósito alfabetizador e ideológico e partindo de palavras-chave (igual ao método de Paulo Freire) o MOBRAL diferenciou-se por conter princípios propagados pela ditadura militar onde critica e problematização da realidade estavam ausentes.
Segundo a apresentação do programa pelo governo federal, “O atual ritmo do MOBRAL nos convence de que chegaremos a 1978 com índices de alfabetização semelhantes aos das nações de maior progresso econômico e social. E estamos certos de que esse movimento, que não é mais uma promessa e sim uma realização, atesta o que o povo brasileiro pode construir pela conjugação do seu entusiasmo com uma administração racional”. (1)
Isso não ocorreu como atestam o número de analfabetos no Brasil no fim dos anos de 1980 e ainda hoje.
O AHLE mantém um exemplar do MOBRAL e outros livros escolares editados pelos poderes públicos. Como exemplo a Coleção Educar.
(1) www.dominiopublico.gov.br.
Figuras:
1. Capa do Livro de Leitura, 9ª ed. s/d.
2. Página ilustrando "palavras-chave"
3. Página interior das Coleção Educar, s/d.