Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR é formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo.

Com 5 mil volumes, o Acervo é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século XIX até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico.
O Acervo está localizado na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Neste blog serão publicadas informações sobre esse acervo.


Seja bem-vindo.







terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Literatura infantil nas escolas





Mais um ano termina e assim resolvi fazer um balanço das pesquisas realizadas em torno do Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE. O Blog, o Twitter e a divulgação do Acervo nas universidades sem dúvida contribuem para sua procura, como também o tal  “boca a boca”. Professores, alunos e pesquisadores que  conhecem o AHLE ajudam a divulgá-lo. Organizado em 2008 este Acervo é recente, mas reconhecido pelo material que resguarda e também pelo atendimento as pesquisas procuradas.
Em 2014 vamos colocá-lo no sistema Alexandria, instrumento de busca das Bibliotecas da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Isso facilitará a pesquisa, principalmente aos que se encontram fora da cidade de São Paulo. Atualmente as buscas são feitas com a minha intermediação, através do emeio zi.andreotti@gmail.com
A digitalização do AHLE ainda está longe de ser concretizada. Alguns pouquíssimos livros estão digitalizados, mas chegaremos lá.
Bem quanto as pesquisas do ano que passou, muitas versaram sobre literatura infantil por meio dos textos usados nas escolas; sobre o ensino da literatura infantil; sobre cenas de leitura;  gramática;  formação de professores; sobre livros de história durante a Ditadura Militar de 1964; sobre o ensino de música; educação física; a representação dos negros e índios, entre outros e muitas focaram as primeiras décadas do século 20. Também a memória afetiva atraiu o público em busca de livros que estudaram na infância.
Para ilustrar esse fim de ano e a vocação do AHLE busquei uma figura do 3º Livro Ilustrado, de contos e narrativas para o ensino infantil.
Esse livro de autoria de J. Staub e editado em Zurich pela Kunzli Freres, provavelmente no início do século 20 contém quadros para o "ensino intuitivo".  A edição de livros no exterior, como também modelos estrangeiros, como a ilustração acima,  foi uma realidade que mudou nas primeiras décadas do século 20, com a expansão de editoras daqui, com a produção nacional de histórias infantis e também com  novas abordagens e  enfoques pedagógicos.
Além de quadros ilustrativos, o livro traz poesias e contos voltados às crianças, como  "os repteis" ou  "o esforço individual". Assim, conteúdos escolares e situações exemplares se mesclam como modelo de educação.
O AHLE mantém um acervo significativo de livros escolares de leitura para as crianças, além de antologias e outros de ensino da lingua portuguesa.
 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Biblioteca Pedagógica Brasileira




Fernando de Azevedo (1894-1974) autor consagrado pela produção teórica, principalmente na área da Educação, já foi tema de vários estudos acadêmicos, principalmente em História da Educação. (1)
Com inúmeros títulos publicados, Fernando de Azevedo, um dos signatários da “Escola Nova” (2) criou, em 1931, a Biblioteca Pedagógica Brasileira - B.P.B., coleção produzida pela Cia Editora Nacional e coordenada por ele até 1946. Essa publicação era dividida em cinco séries:


A primeira, “Literatura Infantil”, teve como volume inicial "Cazuza" de Viriato Correia e vários outros, escritos por Monteiro Lobato;
A segunda série, “Livros Didáticos”, se ateve a publicações sobre língua portuguesa;



Na série 3,“Atualidades Pedagógicas”, foi incluído o livro "Novos caminhos e Novos Fins”, do próprio F. Azevedo, em que é apresentada a Reforma da Escola Nova.
A Série 4, “Iniciação Científica”, teve publicações sobre Sociologia, Psicologia e outras ciências, destacando-se alguns livros de Freud.
E a quinta série, chamada “Brasiliana”, dedicava-se a publicações de História do Brasil.

A coleção B.P.B. era voltada para diferentes públicos, mas a formação de professores foi seu alvo principal, provavelmente em função da expansão do ensino nos anos 1930 e 1940 e a necessidade de qualificação dos profissionais da educação.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE tem vários títulos dessa coleção e também de outras, já que seu acervo abrange 70 anos da nossa História da Educação.
Destaquei alguns para ilustrar esse pequeno texto, independente dos títulos mencionados.


Notas:

(1) Entre outros, verificar: www.histedbr.fae.unicamp.br site do Grupo de Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil, do Departamento de História da Educação, da Faculdade de Educação da UNICAMP que traz alguns estudos sobre o autor.
Fernando de Azevedo também ocupou cargos públicos na área da Educação.

(2) O Movimento da Escola Nova caracterizou-se por novas idéias pedagógicas que se contrapunham aos adotados pela escola tradicional. Vários estudiosos analisaram esse movimento. Destaco, entre outros, Dermeval Saviani. O site sugerido na 1ª nota contém o Manifesto dos Pioneiros da Educação.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Atlas e Livros de Referência






Atlas, na mitologia grega é representado pela imagem de um titã carregando o céu nos ombros.Segundo o dicionário Houaiss, Atlas significa uma coleção de mapas ou cartas geográficas organizada em volumes.Nas Bibliotecas e escolas o Atlas é obra de referência para consulta, ao lado dos dicionários.
Mais conhecido como livro de referência para a geografia, o Atlas pode ser histórico ou de outras disciplinas de ensino e assim, considerado como um conjunto de informações organizadas sobre determinado tema.
Por outro lado, a elaboração de cartas geográficas ou cartografia é orientada por técnicas, por conhecimentos científicos e também pela arte gráfica.. Quem já observou um mapa atentamente sabe desses requisitos.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE preserva Atlas de anatomia humana, de astronomia, das raças humanas, botânico, de mineralogia, atlas histórico, de educação moral e cívica e claro, o mais consagrado, de geografia.
"Cartografia: conheça São Paulo através de seus mapas", de 1966 é um dos títulos desse Acervo.
Por que resguardar Atlas geográfico antigos e outros? E mais, na era do Google mapas? Ora, esses livros trazem informações para estudantes, pesquisadores ou o público interessado, como registros de tempos passados e assim reconstituem a trajetória de modos de ensinar, de apresentar conteúdos escolares e das mudanças  políticas, econômicas e sociais que os Atlas nos mostram.

Notas


1. Primeira Ilustração: 62 Mappas de Geographia physica e politica. Instituto Geografico de Agostini, Italia e Collegio Salesiano Santa Rosa, Rio de Janeiro, 1921.


2. Segunda Ilustração: J.MOnteiro e F. d'Oliveira. Livrarias Aillaud & Bertrand, Livraria Francisco Alves, 1927.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O educador Antonio D'Ávila





(1)

Antonio D’Ávila (1903-1989) nasceu em Jaú e diplomou-se pela Escola Normal de São Paulo em 1920. A produção teórica de D’Ávila é pautada por livros didáticos para o antigo curso primário, para a formação de professores, como também artigos em revistas e jornais. Atuou em entidades culturais e educacionais e foi testemunha dos vários projetos e das diversas leis de diretrizes sobre a Educação no país.

Uma breve biografia e outros dados sobre o autor se encontram em textos da pesquisadora Thabata Aline Trevisan, tais como:"A Pedagogia segundo A. D'Avila" Disponível em http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem07pdf/sm07ss14_09.pdf

“O ensino da leitura e escrita segundo Antonio D’Ávila: práticas escolares(1940)”, disponível na Revista Brasileira de História da Educação V. 9, n. 20, p. 165-191 maio/ago 2009.

“A pedagogia por meio de pedagogia: teoria e prática”, disponível em  http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/Educacao/Dissertacoes/trevisan_ta_me_mar.pdf


             (2)





O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE mantém duas centenas de livros de formação de professores, onde se encontram vários educadores que editaram livros didáticos para o antigo Curso do Magistério ou Escola Normal.

Entre outros "As modernas directrizes da didactica" de 1935, monografia de Antonio DÁvila que será tratada em próximo artigo deste blog.


Obs. Colaborou com este texto Geize Costa dos Santos, estudante de Letras e estagiária da Biblioteca Monteiro Lobato.





Notas:

(1) Primeira ilustração:"Guia do Estudante". São Paulo, Tip. Ideal, 1939 (269p.)

(2) ROCCO, Prof. Dr. Salvador & (org).Poliantéia Comemorativa 1846- 1946- 1º Centenário do Ensino Normal
de São Paulo. SP: Gráfica Básica, 1946.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Escola Normal de S. Paulo



"Aos dois dias do mêz de agosto do anno de 1894, a uma hora da tarde, na sala principal do edificio da escola Normal da capital de S. Paulo, sito á praça da Republica....(...)
O Estado entrega ao serviço publico um dos estabelecimentos que mais engrandecem a sua civilização..."
Discurso do dr. Bernardino de Campos (presidente do Estado).



Pois foi nesse dia que o atual prédio da Secretaria da Educação de São Paulo, criado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, foi inaugurado.

Escola Normal de São Paulo, Escola Normal da Praça ou Instituto de Educação Caetano de Campos foram algumas das denominações que desde 1846, acompanharam um projeto de curso para a formação de professores.
Com várias interrupções,somente a partir de 1880 funcionou com mais regularidade.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE incorporou o presente livro que nos traz além da sessão inaugural do Edificio da Escola Normal, a sessão de Inauguração da Escola Polytechnica, em fevereiro de 1894 e do Gimnasio de S. Paulo, em setembro do mesmo ano.

O AHLE mantém três centenas de livros para a formação de professores datados dos anos de 1930 até anos 70, que tratam da trajetória do curso Normal de São Paulo e também das mudanças curriculares que o acompanharam.





segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Livro escolar como fonte de pesquisa e as Bibliotecas Infantis de São Paulo



D'ÁVILA, Antônio.
O tesouro da criança.
 SP; Companhia Editora Nacional, 1963.
 
Como objeto da cultura, o livro escolar insere-se em um contexto histórico e cultural, como produto da intencionalidade do processo educativo. Instrumento pedagógico, o livro escolar é expressão de conteúdos, de métodos de ensino, mas também de ausências, do que foi excluído, além de não revelar seu uso na prática educativa.
Nesse sentido a reunião de informações, muitas vezes fragmentadas e as conexões com um universo mais amplo, transformam esse material em significados explicativos, que contribuem para o conhecimento do processo educacional.
Para tanto o livro escolar é um material que por si só não contém um caráter elucidativo; a problematização dentro de um referencial teórico; o cuidado para não nos deixarmos influenciar por uma visão impregnada do presente e a necessidade de historicizá-los são alguns procedimentos que atribuem ao livro escolar valor documental.
Esses livros podem ser estudados em várias áreas do conhecimento histórico. Por exemplo, ao resguardarem uma forma de expressão que se alterou com o tempo, proporcionam a recuperação dos modos de comunicação e de linguagem entre o autor, o editor e a criança e o jovem escolar. As diferentes edições de um mesmo título oferecem revisões do livro, novas ilustrações, capas diferentes, informações que caracterizam as mudanças editoriais e o percurso da produção do livro escolar.



SANTOS, Theobaldo Miranda.
 Vamos Estudar?.
RJ: Livraria AGIR Editora, 1965.
No caso específico do Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE¹ a preservação desses livros, que na sua origem estavam disponíveis nas Bibliotecas Infantis de São Paulo, implica também a preservação da memória educativa e cultural de várias gerações que passaram por essas Bibliotecas, pois a maioria dos livros apresenta bolso com o cartão para empréstimo e o registro da freqüência com que foram retirados.
A história e a função dessas bibliotecas ao longo do tempo transparecem nesse acervo, que além de fonte de pesquisa, tem um apelo reminiscente, de recordação².

Notas

1. A origem do AHLE está no primeiro texto deste Blog.
2. A função e a organização das bibliotecas ao longo do tempo é tema presente no livro organizado por: BARATIN, Marc e JACOB Christian. O poder das Bibliotecas, a memória dos livros no Ocidente. Rio de Janeiro, UFRJ, 2006. São 14 textos a partir de um simpósio sobre bibliotecas na Biblioteca Nacional da França em 1993. Publicado em 1995 é recente sua tradução.




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR como registro e fonte de pesquisa do pensamento social sobre a Infância



ALMEIDA, Célia. Ache o rio e conte o fato.
Belo Horizonte: Editora Dimensão, 1987.
O Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE resguarda livros escolares antigos como Cartilhas, Primeiras Leituras e outros conteúdos de cunho escolar, abrangendo os cursos elementares, os secundários e os de formação de professores (as antigas Escolas Normais). O Acervo tem livros datados do fim do século 19 até a década de 1970.
Esses livros, como fonte de pesquisa e objetos da cultura e de um ambiente pedagógico específico, trazem as referências e os vestígios de práticas educativas atuais. Muitos tiveram inúmeras edições ao longo do tempo, atingindo, portanto várias gerações e alguns ainda são reeditados em novos padrões, tanto na forma (ilustrações, tamanho, diagramação etc.) quanto na organização e atualização dos temas abordados.

Atualmente novos paradigmas no cenário da Educação se apresentam, principalmente em relação à criança. Estudos cada vez mais especializados indicam que a Primeira Infância, por exemplo, anunciada como período de 0 até os seis anos de idade, deve ser privilegiada, por ser a fase onde se alicerça a sociabilidade e fase propícia a estímulos adequados ao crescimento cognitivo.


SOUZA, Iza Ramos de Azevedo. Cenas infantís.
São Paulo: Editôra do Brasil S.A., s/d.
O reconhecimento das primeiras iniciativas para a infância, de como determinada sociedade percebe a criança e dos contextos desse pensamento social podem direcionar novas propostas e proporcionar a circulação de idéias em torno da temática infantil.


Entre rupturas e permanências, os livros do AHLE, como fonte de pesquisa, apresentam conteúdos ainda consagrados: histórias infantis, cantigas, brincadeiras de roda, jogos e também representam um registro do pensamento sobre a infância através do século 20.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Revistas sobre Educação

Além dos livros didáticos e de uso escolar e de alguns poucos cadernos escolares, o AHLE tem Revistas de cunho pedagógico. A seguir exponho alguns desses exemplares, sempre com o objetivo de noticiar o Acervo e não em fazer análises sobre temas ligados à Educação. Esclarecimento necessário pois este BLOG tem sido um instrumento eficaz de divulgação do Acervo e para tanto textos curtos e objetivos são mais eficazes.



Revista do Ensino do Rio Grande do Sul



Revista n. 132 de 1967

Revistas sobre educação são fontes de pesquisa tanto em relação aos conteúdos que expressam, quanto ao contexto em que foram produzidas. No Brasil, periódicos ligados à Educação foram publicados desde o fim do século 19, muitos por iniciativa dos professores. Alguns trabalhos acadêmicos trazem um histórico da imprensa periódica pedagógica em geral (1) e outros, tratam especificamente de alguma publicação, no caso da Revista de Ensino do RS. (2)

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém alguns números da Revista do Ensino do Rio Grande do Sul de 1952 a 1968 e suplementos dessas revistas, sem data, de n. 37/38/39/e 40. Muitas dessas revistas contêm um material didático para o curso primário para ser utilizado pelos professores, tais como mapas, gravuras para serem usadas em sala de aula, datas históricas etc.

"Revista “Diversões Escolares”


Ex. de matérias da "Diversões Escolares"
Outra Revista que faz parte do AHLE é a “Diversões Escolares”, publicação mensal da Editora Abril. Temos os números: 1,8,11,13,19,28,29, de 1961 a 1963.

Notas:

(1) CATANI, Denise Barbara A imprensa periódica educacional: as revistas de ensino e o estudo do campo educacional. Educação e Filosofia, 1996. www.seer.ufu.br

(2) Verificar: BASTOS, Maria Helena Camara. A revista do ensino do RGS (1939-1942). Pelotas, Seiva, 2005. PEREIRA, Luiz Henrique Ferraz A revista do ensino do RGS e os discursos sobre o movimento da matemática moderna. www.sbhe.org.br



quarta-feira, 31 de julho de 2013

O ensino religioso nas escolas



No Brasil,país de tradição católica, o ensino religioso nas escolas teve várias fases. Desde o início da colonização com os jesuítas, até o advento da República em 1889, as escolas estiveram nas mãos da igreja católica por meio dos Seminários e escolas de primeiras letras, como também era obrigatório o ensino religioso, mesmo nas mantidas pelo poder central.

Com a República isso mudou. A primeira constituição, em 1891, separou o Estado de qualquer religião ou culto: “será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos".


Em 1931 a reforma Francisco Campos reintroduziu o ensino religioso nas escolas públicas, com caráter facultativo, depois de longa controvérsia entre a ideologia liberal: educadores envolvidos com mudanças na Educação (os precursores da Escola Nova) e a Igreja católica.

Atualmente o ensino religioso de qualquer confissão religiosa está na grade curricular, mas é de matrícula facultativa.

O ACERVO HISTORICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE resguarda meia centena de livros de instrução religiosa católica que foram utilizados nas escolas. Nesses livros há especificações do grau de ensino, de como utilizá-los para a educação das crianças, entre outras indicações e datam desde a decada de 1940.

Referências Bibliográficas:
SEVERINO, Antonio Joaquim. Educação, Ideologia e Contra-ideologia. São Paulo: EPU,1986.

www.sbhe.org.br

www.histedbr.fae.unicamp.br/revista

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Sampaio Doria



Como se aprende a Lingua, 1932
Antonio de Sampaio Doria (1883-1964), foi responsável pela Reforma do Ensino Paulista em 1920, reforma polêmica por alterar a duração do ensino primário de quatro para dois anos, visando abranger um maior número de crianças e tentar erradicar o analfabetismo no Estado.

Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo entre 1920-24 e contemporâneo de outros educadores que ocuparam funções públicas e que participaram ativamente do cenário educacional do país, como Lourenço Filho e Anísio Teixeira entre outros, Dória é pouco citado.

Formado em Direito, foi professor da Escola Normal de São Paulo (conhecida como Escola Normal da Praça e Escola Normal Caetano de Campos) e guiou suas publicações para o campo da Educação.

Além de diferentes edições dos livros das ilustrações (1931,1932 e 1936), um deles voltado para o curso primário,  o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE resguarda Educação Moral e Educação Econômica: suas bases, sua aplicação na escola. Ed. Melhoramentos, 1928.


Destaco um trabalho recente que traz o perfil político-pedagógico de Doria, como também tem o atributo de listar autores e estudos que se debruçaram sobre a produção e atuação desse educador. (1)






Notas:
(1) MATHIESON, Louisa Campbell. O militante e o pedagogo Antonio Sampaio Doria: a formação do cidadão republicano. Dissertação de Mestrado,Faculdade Educação da USP, 2012.
















terça-feira, 18 de junho de 2013

Cecília Meireles

Festa das Letras
Cecilia Meireles (1901-1964), reconhecida poetisa da literatura brasileira, foi jornalista e professora também. No jornalismo escreveu vários artigos sobre educação e como professora, formou-se na escola Normal do Rio de Janeiro, iniciando sua carreira no magistério no ensino primário. Depois lecionou Literatura Luso – Brasileira.

Seu primeiro livro de poesias: “Espectros” é de 1919, mas foi reconhecida como escritora com “Viagem”, publicado em 1938 e vencedor do prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras.


Sem dúvida “Romanceiro da Inconfidência,” de 1953 é considerada sua obra prima.


(1938)

Sobre o universo infantil Meireles criou a primeira Biblioteca Infantil no Rio de Janeiro, em 1934, com um projeto ambicioso de Centro de Cultura. Essa Biblioteca foi fechada em 1937, no início do período conhecido como “Estado Novo”.


Algumas obras de uso escolar da poetisa podem ser pesquisadas no Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE. Destacamos “A Festa das Letras”, “Rute e Alberto resolveram ser turistas” e uma biografia de Rui Barbosa.


Outros literatos destacados escreveram livros de uso escolar, como Olavo Bilac, Érico Veríssimo, Viriato Correa. Esses autores também compõem o AHLE.


Ilustrações:

A Festa das Letras, Globo, Porto Alegre, 1937.

Rute e Alberto resolveram ser turistas (matéria do 3º ano elementar) Globo, Porto Alegre, 1938.




terça-feira, 14 de maio de 2013

O que dizem os números?





SP. Melhoramentos, 1937.
Com uma apresentação de Lourenço Filho que faz um rápido histórico da pesquisa numérica no país, o livro O que dizem os números sobre o curso primário de M. A. Teixeira de Freitas, publicado em 1937 trata de dados numéricos sobre o ensino primário nos anos de 1932 e alguns de 1934.

Segundo Freitas, o ensino no país contando as escolas federais; as estaduais; as municipais e particulares em 1932 tinha a seguinte feição: 29.948 unidades escolares; 76.025 docentes; 2.274.213 alunos matriculados.

Qual foi a fonte utilizada? Um censo realizado pela iniciativa da Associação Brasileira de Educação, em 1931, em pleitear um plano sistematizado para o levantamento estatístico educacional do país.


Em rápido histórico data de 1871, no governo imperial, a criação da Diretoria Geral de Estatística – DGE (1) para os censos gerais do país.

Mudanças em 1907 incorporaram uma seção responsável pela coleta de dados sobre instrução. Essa seção ficou a cargo de Oziel Bordeaux Rêgo (1874-1926) que organizou a primeira publicação sobre estatística escolar.


Como eram feitas as estatísticas? Nesse primeiro momento, as escolas enviavam os dados à municipalidade, que os remetia a um órgão central; a sistematização era precária; a dimensão do país e o número de pessoas envolvidas também facilitavam desacertos.

As dificuldades nas informações e os primeiros métodos de coleta de dados sobre instrução compõem o artigo de Gil (2009) (2)

Qual a função da estatística escolar? O número, a quantificação por si só não desvenda a realidade, mas sem dúvida exprime aspectos dessa realidade e pode ser um ponto de partida para análises e reflexões sobre determinada situação.


O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE adquiriu recentemente o livro em questão, tem outro  sobre o Ensino Médio, de 1969 e livros de História da Educação, alguns com dados numéricos.




Notas

(1) Origem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, criado em 1938.


(2) GIL,Natália de L. “A produção dos números escolares (1871-1931): contribuições para uma abordagem crítica das fontes estatísticas em História da Educação” Revista Brasileira de Historia, V.29, nº 58. 2009.






quarta-feira, 17 de abril de 2013

HISTÓRIA NATURAL


História Natural ou o Brasil e suas Riquezas, de Waldemiro Potsch é um desses livros que nos chamam a atenção pelas várias edições (a primeira em 1921); pelos prêmios recebidos; (1) pela chancela de Carlos Chagas, que assina uma breve apresentação e pelo prefácio à 11ª edição, no qual o autor agradece a colaboração de alguns poetas que ilustraram o livro a partir da edição de 1934.

4ª capa


Assim, poesias de Affonso Celso e Humberto de Campos entre outros entremeiam este livro, reiterando a idéia central de Potsch de enaltecimento das riquezas do país, por meio da didática que o conteúdo do livro escolar precisa manter.  Por exemplo, logo na abertura o livro traz alguns índices, sem fonte precisa, sobre a situação do país quanto à produção de café: “primeiro produtor do mundo”; bovinos: “4º lugar no mundo” etc., seguida de uma poesia de Affonso Celso, "Salve o Brasil".

Nesse sentido pinceladas de civismo se somam à História Natural que a partir dos anos de 1960 será reconhecida como a disciplina Biologia para o curso secundário. Potsch foi médico e também professor do Colégio Pedro II, modelo de currículo escolar para o país.

A última parte do livro trata de doenças, como varíola, impaludismo e outras, “em linguagem simples e convincente”, segundo Chagas, pois se trata de um livro voltado ao curso secundário. São noções de higiene tão em voga nas décadas de 1920 e 30.

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém livros escolares de Historia Natural dos anos de 1950, de Biologia e alguns que abordam o higienismo.

Notas:

1. Premio “Francisco Alves” da Academia Brasileira de Letras, em 1921.

2. SANTOS, Maria Cristina F. e SELLES, Sandra Lucia E. A disciplina escolar História Natural, os livros didáticos e os professores autores na década de 1930: Waldemiro Potsch e os compêndios de História Natural. Trabalho apresentado no Congresso da  Sociedade Brasileira de História da Educação.

77 anos - Biblioteca Monteiro Lobato

Em 14 de abril de 1936 foi inaugurada a Biblioteca Infantil Municipal, atual Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Sua criação fez parte de um projeto para a cidade tendo a frente Mário de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura.


A Biblioteca foi concebida como um centro de cultura onde o livro e a leitura seriam atividades centrais, envolvendo outras manifestações, tais como pintura e desenho, cinema educativo, jogos e atividades que chamassem a atenção da criança e do jovem.

Outra função da Biblioteca foi a de complementação escolar, e aí, entre leituras e pesquisas as crianças encontravam a liberdade de escolha, um espaço mais livre, sem avaliação ou certas imposições, práticas inerentes à especificidade do meio escolar.

O Acervo Memória da Biblioteca tem em seus arquivos fotos e matérias de jornais que testemunham essa trajetória.

Ao mesmo tempo a pesquisa escolar sempre foi uma prática de seus frequentadores, tanto é que inúmeros livros didáticos, paradidáticos e de referência compuseram os acervos tanto da Biblioteca Monteiro Lobato, quanto de outras da rede municipal. O ACERVO HISTORICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE, por exemplo, com 5 mil títulos, foi organizado a partir desse acervo.

Hoje pesquisa escolar em livros não é mais uma atividade freqüente, afinal em 77 anos muita coisa mudou. Atualmente, novas tecnologias, novas linguagens, a valorização da literatura infantil e da ilustração indicam muitas vezes outras práticas de acolhimento da criança e do jovem por uma Biblioteca Pública.

Entre mudanças e permanências o espaço da Biblioteca continua sendo uma referência, tanto para as crianças que a procuram espontaneamente na busca de livros, gibis, pesquisa, exposições, teatro, cursos de iniciação à arte etc., quanto às visitas programadas por escolas ou outras instituições.

Afinal Cultura e Educação andam juntas.

Ao longo de sua história a Biblioteca acumulou também coleções especiais, tais como o Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE, o Acervo Monteiro Lobato, o Acervo Memória e um Acervo da produção nacional em Literatura Infantil. Esses acervos são procurados por pesquisadores, estudantes e também pelo público em geral.

Notas:

ilustração: primeira sede da Biblioteca em 1936, na Rua Major Sertório.

ilustração: frente do prédio atual da Biblioteca, inaugurado em 1950,  na Rua General Jardim, n.485.



terça-feira, 12 de março de 2013

Domingos Paschoal Cegalla

Domingos Paschoal Cegalla nasceu em Santa Catarina em 1920. Foi professor e autor de dezenas de livros de português e gramática. Logo cedo se encantou com a língua grega e o latim como seminarista, mas não seguiu a vida religiosa. Cursou Letras.
A obra didática, com várias edições e sua atuação como professor fez de Cegalla nome conhecido por várias gerações.
Traduziu alguns títulos e com “Édipo Rei” ganhou o premio Jabuti em 2001.
Morreu em fevereiro deste ano (2013) no Rio de Janeiro aos 92 anos.
O Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE mantém 30 títulos de livros escolares de Cegalla. O mais antigo data de 1955: “Programa de Admissão”, da Cia Editora Nacional, 8ª ed. Português Fundamental” para a 8ª série do ensino de primeiro grau, de 1974 e “João-de-barro- Linguagem”, 3ª série do 1º grau, de 1976 são os mais recentes do Acervo.
Figura consagrada na área da Educação  e lembrada pelos que estudaram em seus livros, foram seus alunos ou mesmo o conheceram pela longa carreira, a morte de Domingos Paschoal Cegalla não teve grande destaque da imprensa. A notícia, nos principais jornais, ao menos de São Paulo, teve poucas linhas e nenhuma referência a importância e trajetória de Cegalla. Fica aqui a sugestão para que essa desatenção seja reparada.


Nota: A ilustração é capa de livro de 1965, editado pela Cia. Ed. Nacional, 3ª edição.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Poesia na Escola


Em 14 de março comemora-se o dia nacional da poesia em homenagem ao nascimento de Castro Alves (1847-1871).
Considerada linguagem que se expressa por meio do ritmo, da cadência, das rimas, a poesia incita a imaginação, as emoções, os sentimentos.

Talvez aí a importância da poesia para a criança. Na escola a poesia foi e ainda é usada como recurso expressivo da escrita e da leitura.


Ora, poetas consagrados como Cecília Meireles e Olavo Bilac publicaram poesias para crianças em livros de cunho didático.



A Festa das Letras. C. Meirelles e J. de Castro.
P. Alegre, Liv. Globo, 1937.

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém livros de leitura escolar que alternam poesias e pequenos textos, como também livros específicos de poesia voltados para o ensino da língua portuguesa.





quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Livros de leitura




Os livros mais recentes inseridos no ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE são do início do século 20 e livros de leitura usados nas escolas primárias.
Provavelmente de João Kopke

Destaco Fabulas – para uso das classes de Língua Materna (arranjadas pelo Director), do Instituto Henrique Kopke, RJ, Livraria Francisco Alves, 1911, 5ª edição, 136 páginas.
Na capa a inscrição E.N.P. indica Escola Normal Primária nome dado na época a alguns institutos particulares de instrução elementar.
O Instituto Henrique Kopke foi fundado por João Kopke (1852-1926) no Rio de Janeiro no fim do século 19, em homenagem a seu pai.
Educador consagrado, cuja obra educativa e literária é tema de vários estudos, João Kopke muito provavelmente compôs o livro em questão, que contém 40 fábulas, todas em versos e em linguagem simples e rimada.

Outro livro é Corações de Crianças (série de contos moraes e cívicos) de Rita de Macedo Barreto, São Paulo, Francisco Alves, 1918, 9ª edição. Segundo a autora o livro é indicado como “leitura preparatória”, para ser usado na passagem das cartilhas para os primeiros livros de leitura, por meio do método analítico.

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Barreto trabalha com o repertório de palavras já conhecidas dos alunos, de acordo com as cartilhas mais em uso na época. O livro, com 140 páginas, é ilustrado em branco e preto e a cores e traz a opinião de especialistas sobre a publicação, já na 9ª edição. A primeira foi em 1914.

Notas:
(1) Poesia integrante do livro Corações de Crianças. Zalina Rolim (1869-1961) foi poetisa,  educadora e discípula de João Kopke