Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR é formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo.

Com 5 mil volumes, o Acervo é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século XIX até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico.
O Acervo está localizado na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Neste blog serão publicadas informações sobre esse acervo.


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Obras de referência

Obras de referência são aquelas que servem de apoio para ampliarmos ou nos certificarmos sobre o que interessa conhecer mais. Dicionários, vocabulários e Atlas estão nessa categoria.
Esse gênero de livro acompanhou e ainda acompanha a trajetória escolar de muitas gerações e também compôs os acervos das primeiras Bibliotecas Infantis da cidade de São Paulo. O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE resguarda vários desses livros, tais como: Dicionários de língua portuguesa, francesa, de latim e inglês: bilíngües e trilingues; Dicionários de dificuldades da língua; ilustrados; de rimas; de verbos; os chamados Dicionários práticos; vocabulários ortográficos etc., contando uma centena de exemplares. O mais antigo dicionário do AHLE é de língua francesa, de 1914: Larousse élémentaire ilustré.


Dentre esses livros de referência destaco o Dicionário Contemporâneo de Língua Portuguesa, conhecido como Caldas Aulete, de 1958, data da primeira edição brasileira. (1)
A origem desse dicionário consagrado por várias gerações no país é portuguesa, do fim do século 19 e de autoria do lexicógrafo Francisco Julio de Caldas Aulete, que morreu ainda na fase das escrita de sua obra.
Ora, Dicionários têm várias serventias. No livro A Barca de Gleyre, que contém quarenta anos de correspondência de Monteiro Lobato com Godofredo Rangel, seu amigo da época de estudante, Lobato confessa:
Já percorri este ano as primeiras 700 páginas do Aulete e breve chegarei ao fim porque está me agradando o passeio. (06/08/1909, p.258). Ou ainda: ando a passear pelo oceano das palavras, isto é, ando a ler o Dicionário Aulete e vou tomando notas. (p. 260).
Como vemos nem só para consulta serve um Dicionário.
Vale lembrar que atualmente temos o Aulete Digital: http://www.auletedigital.com.br/ disponível pela Lexikon Editora Digital.

Então por que preservarmos o dicionário em papel?
Bem, o site referido não existiria se não fosse a publicação original; os suportes de registros, desde a pedra, historicamente foram mudando: alguns substituídos e outros convivendo simultaneamente e essas mudanças traduzem diferentes expressões e contextos; o livro, como expressão cultural, recupera formas de pensar, de educar, compondo a história de uma época. Além disso, as diferentes edições do Dicionário trazem a possibilidade de estudos comparativos ou sobre as mudanças na língua portuguesa ao longo do tempo.
Assim um acervo como o AHLE preserva a história e resguarda material que interessa a pesquisadores e aos que buscam sua memória escolar.

Notas
(1) O AHLE possui outro exemplar, de 1979, revisado e aumentado.

Bibliografia
LOBATO, Monteiro (1959). A Barca de Gleyre. SP, Brasiliense, 1º tomo.

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