Mário de Andrade (1893-1945) é homenageado neste
ano por conta dos setenta anos de sua morte. (1) Ora, a morte não se festeja,
mas é sempre oportuno reiterar a importância e a contribuição de um estudioso
como Mário. E mais, setenta anos da morte significa também que sua obra entra
para o domínio público.
Poeta, musicólogo, contista, romancista, ensaísta, Mário
de Andrade perseguiu a idéia de um projeto brasileiro de nacionalidade.
E qual é a relação entre o ACERVO HISTÓRICO DO
LIVRO ESCOLAR – AHLE e Mário de Andrade? Primeiro, a Biblioteca Monteiro Lobato
que sedia o AHLE foi, na sua origem, em 1936, um projeto do Departamento de
Cultura, então dirigido por Mário de Andrade. Nos primeiros dois anos de
funcionamento, a Biblioteca contou com a proximidade e o interesse de Mário
pelas atividades proporcionadas às crianças.(2)
Segundo, a maioria dos livros escolares que compõe
o AHLE pertenceu a essa Biblioteca, que propunha a permanência das crianças e jovens no seu espaço com vários projetos, fornecendo também material para a pesquisa escolar.
Mas o que eu pretendo mostrar é uma terceira
possibilidade de proximidade entre o AHLE e Mário de Andrade. E isso, pela
música. Ora, Mário foi um estudioso e pesquisador do folclore. Promoveu a Missão de Pesquisas Folclóricas, publicou Ensaios
sobre a Música Brasileira e se interessava pela música como parte da cultura brasileira. Chegou a compor "Viola Quebrada" ou "Maroca", harmonizada por Villa Lobos em 1926.
Pois dentre os livros escolares resguardados pelo AHLE, temos alguns títulos de Canto
Orfeônico, matéria de ensino obrigatória nas escolas, implantada em 1931, como projeto de educação
musical de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).
A relação entre Mário de Andrade e Villa-Lobos é
conhecida. Além de serem protagonistas da Semana de Arte de 1922, tiveram
interesses comuns quanto à música.
O AHLE mantém algumas dezenas de livros escolares de Canto Orfeônico, de Cantos Cívicos e de música nas escolas.
Notas:
(1) Homenageado da FLIP/2015.
Exposição
permanente: “A morada do Coração Perdido” na Casa Mário de Andrade. www.oficinasculturais.org.br
(2) Fonte: Álbuns de correspondência do Acervo Memória da Biblioteca. (Biblioteca Monteiro Lobato).
(2) Fonte: Álbuns de correspondência do Acervo Memória da Biblioteca. (Biblioteca Monteiro Lobato).
Ref.
Bibliográficas:
Alessandra C.
Lisboa e Dorotéa M. Kerr. Villa-Lobos e o
canto orfeônico: análise de discurso nas canções e cantos cívicos. ANPPOM –
Décimo Quinto Congresso/2005. Instituto de Artes da Universidade Estadual
Paulista.
Wilson Lemos Jr. O ensino do Canto Orfeônico nas escolas secundárias brasileiras. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.42, p. 279-295, jun2011.
Wilson Lemos Jr. O ensino do Canto Orfeônico nas escolas secundárias brasileiras. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.42, p. 279-295, jun2011.
e bom ver astas raridade
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