
No universo da literatura infantil, a fábula é considerada um gênero literário didático e foi muito usada nas escolas como instrumento educativo, principalmente nas primeiras décadas do século XX.
Na definição do Dicionário Houaiss, fábula é narração popular de fatos imaginados; curta narrativa em prosa ou verso que ilustra um preceito moral; história fantasiosa. Fabular é sinônimo de fantasiar e fabuloso significa o que ultrapassa a imaginação: que sendo real, parece imaginário, incrível. Geralmente as fábulas usam animais como protagonistas.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém livros escolares e paradidáticos (livros usados como apoio: os livros de leitura e as antologias literárias, por ex.) que contém fábulas como recurso didático.
Destaco Poesias Infantis[1] de Olavo Bilac (1865-1918) poeta parnasiano que produziu inúmeros livros escolares. Com 1ª edição em 1904, (até 1961, foram publicadas 27 edições), esse livro traz poemas adaptados de fábulas famosas, como a Cigarra e a Formiga. Na capa, a menção para o seu uso: “Livro approvado, adoptado e premiado pelo Conselho Superior de Instrução Pública do Distrito Federal”.
Outro livro é Fábulas imitadas de Esopo e de La Fontaine adotadas para leitura escolar.[2]
Na definição do Dicionário Houaiss, fábula é narração popular de fatos imaginados; curta narrativa em prosa ou verso que ilustra um preceito moral; história fantasiosa. Fabular é sinônimo de fantasiar e fabuloso significa o que ultrapassa a imaginação: que sendo real, parece imaginário, incrível. Geralmente as fábulas usam animais como protagonistas.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém livros escolares e paradidáticos (livros usados como apoio: os livros de leitura e as antologias literárias, por ex.) que contém fábulas como recurso didático.
Destaco Poesias Infantis[1] de Olavo Bilac (1865-1918) poeta parnasiano que produziu inúmeros livros escolares. Com 1ª edição em 1904, (até 1961, foram publicadas 27 edições), esse livro traz poemas adaptados de fábulas famosas, como a Cigarra e a Formiga. Na capa, a menção para o seu uso: “Livro approvado, adoptado e premiado pelo Conselho Superior de Instrução Pública do Distrito Federal”.

Como esse gênero de literatura era usado nas práticas educativas? Bem, ilustro com um exercício contido no livro Novo Manual de Língua Portugueza para uso nas escolas secundárias[3]. Na página 271, no subtítulo Leitura e Recitação há a fábula A Cigarra e a Formiga e logo abaixo um exercício chamado Estudo Analítico, com as seguintes questões:
a) A qual bichinho dais vossa simpatia e porque?
b) Como chamais o defeito da cigarra?
c) E o da formiga?
d) Que exemplo tiramos dessa fábula?
Em uma pesquisa no ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR encontramos inúmeras fábulas, principalmente em livros de leitura, o que demonstra o largo uso desse gênero literário nas escolas.
a) A qual bichinho dais vossa simpatia e porque?
b) Como chamais o defeito da cigarra?
c) E o da formiga?
d) Que exemplo tiramos dessa fábula?
Em uma pesquisa no ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR encontramos inúmeras fábulas, principalmente em livros de leitura, o que demonstra o largo uso desse gênero literário nas escolas.
A literatura infantil, entre outras funções, fornece exemplos, modelos de comportamento, valores morais a serem seguidos etc., muitas vezes sem questionamento, nem contexto.
Por que a fábula foi e ainda é usada como recurso didático? Eis algumas especificidades da fábula, que facilitam o seu uso para crianças:
* São textos curtos, concisos; não cansam e rapidamente concluem uma história. Por serem curtas, as fábulas são facilmente memorizadas e se prestam a exercícios de reescrita.
* Antes mesmo dos 6 anos, quando inicia-se a aquisição da técnica da leitura, a fábula estimula a imaginação infantil, a criatividade etc.
* Ausência de indicações precisas de tempo e espaço. “Um regato, uma floresta, muito longe daqui, há muito tempo atrás...”
* Trazem, na maioria das vezes, animais como personagens, o que seduz a criança;
* Traduzem certos comportamentos e com isso demonstram uma simbologia que é universal.
Por que a fábula foi e ainda é usada como recurso didático? Eis algumas especificidades da fábula, que facilitam o seu uso para crianças:
* São textos curtos, concisos; não cansam e rapidamente concluem uma história. Por serem curtas, as fábulas são facilmente memorizadas e se prestam a exercícios de reescrita.
* Antes mesmo dos 6 anos, quando inicia-se a aquisição da técnica da leitura, a fábula estimula a imaginação infantil, a criatividade etc.
* Ausência de indicações precisas de tempo e espaço. “Um regato, uma floresta, muito longe daqui, há muito tempo atrás...”
* Trazem, na maioria das vezes, animais como personagens, o que seduz a criança;
* Traduzem certos comportamentos e com isso demonstram uma simbologia que é universal.
As fábulas apresentam um universo simbólico de sentimentos que permeia a sociedade. Contém valores e situações comuns a todos.
Com isso, ao mesmo tempo que desperta o interesse pela leitura, com textos não cansativos, a fábula transmite valores e comportamentos. Mas quais?
Em uma leitura mais demorada, por exemplo, o que vemos?
Virtudes como bondade, solidariedade, compreensão, paciência, ao lado de certa esperteza, astúcia, vingança, maldade etc.
Muitas chegam à violência: a tartaruga que fala muito, cai e se despedaça; a formiga deixa a cigarra morrer de fome; o lobo esquarteja e come o cordeiro; a raposa que fica sem os olhos etc.
A moral das fábulas adquiriu vida própria e se transformou em provérbios: frases prontas, vindas do conhecimento popular, transmitidas oralmente e que encerram certo ensinamento sob algum aspecto da vida e na maioria das vezes, conservam um quadro de valores. Quem já não ouviu “Devagar e sempre se vai ao longe”, menção à fábula A lebre e a tartaruga de Esopo?
Bem a possibilidade de usar o fantástico, sem dúvida é um atrativo para crianças e jovens. Então, como usar hoje o gênero fabular? Quais valores nós queremos transmitir?
Histórias que não reafirmem preconceitos; que traduzam a diversidade, a convivência com o diferente, a solidariedade; a afetividade; a relação mais adequada com a natureza e principalmente e aí, diferentemente das fábulas tradicionais, que nada está dado como se sempre fosse assim e que podemos alavancar mudanças.
Com isso, ao mesmo tempo que desperta o interesse pela leitura, com textos não cansativos, a fábula transmite valores e comportamentos. Mas quais?
Em uma leitura mais demorada, por exemplo, o que vemos?
Virtudes como bondade, solidariedade, compreensão, paciência, ao lado de certa esperteza, astúcia, vingança, maldade etc.
Muitas chegam à violência: a tartaruga que fala muito, cai e se despedaça; a formiga deixa a cigarra morrer de fome; o lobo esquarteja e come o cordeiro; a raposa que fica sem os olhos etc.
A moral das fábulas adquiriu vida própria e se transformou em provérbios: frases prontas, vindas do conhecimento popular, transmitidas oralmente e que encerram certo ensinamento sob algum aspecto da vida e na maioria das vezes, conservam um quadro de valores. Quem já não ouviu “Devagar e sempre se vai ao longe”, menção à fábula A lebre e a tartaruga de Esopo?
Bem a possibilidade de usar o fantástico, sem dúvida é um atrativo para crianças e jovens. Então, como usar hoje o gênero fabular? Quais valores nós queremos transmitir?
Histórias que não reafirmem preconceitos; que traduzam a diversidade, a convivência com o diferente, a solidariedade; a afetividade; a relação mais adequada com a natureza e principalmente e aí, diferentemente das fábulas tradicionais, que nada está dado como se sempre fosse assim e que podemos alavancar mudanças.
Olá Azilde,
ResponderExcluira proposta do blog é muito boa. Irei retornar a ele, pois temos alguns interesses comuns. Convido-a a visitar o site do Lihed/UFF www.uff.br/lihed onde apresentamos a parte inicial do acervo histórico da Francisco Alves.
Abraço,
Aníbal Bragança