Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR é formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo.

Com 5 mil volumes, o Acervo é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século XIX até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico.
O Acervo está localizado na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Neste blog serão publicadas informações sobre esse acervo.


Seja bem-vindo.







segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Biblioteca Pedagógica Brasileira




Fernando de Azevedo (1894-1974) autor consagrado pela produção teórica, principalmente na área da Educação, já foi tema de vários estudos acadêmicos, principalmente em História da Educação. (1)
Com inúmeros títulos publicados, Fernando de Azevedo, um dos signatários da “Escola Nova” (2) criou, em 1931, a Biblioteca Pedagógica Brasileira - B.P.B., coleção produzida pela Cia Editora Nacional e coordenada por ele até 1946. Essa publicação era dividida em cinco séries:


A primeira, “Literatura Infantil”, teve como volume inicial "Cazuza" de Viriato Correia e vários outros, escritos por Monteiro Lobato;
A segunda série, “Livros Didáticos”, se ateve a publicações sobre língua portuguesa;



Na série 3,“Atualidades Pedagógicas”, foi incluído o livro "Novos caminhos e Novos Fins”, do próprio F. Azevedo, em que é apresentada a Reforma da Escola Nova.
A Série 4, “Iniciação Científica”, teve publicações sobre Sociologia, Psicologia e outras ciências, destacando-se alguns livros de Freud.
E a quinta série, chamada “Brasiliana”, dedicava-se a publicações de História do Brasil.

A coleção B.P.B. era voltada para diferentes públicos, mas a formação de professores foi seu alvo principal, provavelmente em função da expansão do ensino nos anos 1930 e 1940 e a necessidade de qualificação dos profissionais da educação.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE tem vários títulos dessa coleção e também de outras, já que seu acervo abrange 70 anos da nossa História da Educação.
Destaquei alguns para ilustrar esse pequeno texto, independente dos títulos mencionados.


Notas:

(1) Entre outros, verificar: www.histedbr.fae.unicamp.br site do Grupo de Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil, do Departamento de História da Educação, da Faculdade de Educação da UNICAMP que traz alguns estudos sobre o autor.
Fernando de Azevedo também ocupou cargos públicos na área da Educação.

(2) O Movimento da Escola Nova caracterizou-se por novas idéias pedagógicas que se contrapunham aos adotados pela escola tradicional. Vários estudiosos analisaram esse movimento. Destaco, entre outros, Dermeval Saviani. O site sugerido na 1ª nota contém o Manifesto dos Pioneiros da Educação.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Atlas e Livros de Referência






Atlas, na mitologia grega é representado pela imagem de um titã carregando o céu nos ombros.Segundo o dicionário Houaiss, Atlas significa uma coleção de mapas ou cartas geográficas organizada em volumes.Nas Bibliotecas e escolas o Atlas é obra de referência para consulta, ao lado dos dicionários.
Mais conhecido como livro de referência para a geografia, o Atlas pode ser histórico ou de outras disciplinas de ensino e assim, considerado como um conjunto de informações organizadas sobre determinado tema.
Por outro lado, a elaboração de cartas geográficas ou cartografia é orientada por técnicas, por conhecimentos científicos e também pela arte gráfica.. Quem já observou um mapa atentamente sabe desses requisitos.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE preserva Atlas de anatomia humana, de astronomia, das raças humanas, botânico, de mineralogia, atlas histórico, de educação moral e cívica e claro, o mais consagrado, de geografia.
"Cartografia: conheça São Paulo através de seus mapas", de 1966 é um dos títulos desse Acervo.
Por que resguardar Atlas geográfico antigos e outros? E mais, na era do Google mapas? Ora, esses livros trazem informações para estudantes, pesquisadores ou o público interessado, como registros de tempos passados e assim reconstituem a trajetória de modos de ensinar, de apresentar conteúdos escolares e das mudanças  políticas, econômicas e sociais que os Atlas nos mostram.

Notas


1. Primeira Ilustração: 62 Mappas de Geographia physica e politica. Instituto Geografico de Agostini, Italia e Collegio Salesiano Santa Rosa, Rio de Janeiro, 1921.


2. Segunda Ilustração: J.MOnteiro e F. d'Oliveira. Livrarias Aillaud & Bertrand, Livraria Francisco Alves, 1927.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O educador Antonio D'Ávila





(1)

Antonio D’Ávila (1903-1989) nasceu em Jaú e diplomou-se pela Escola Normal de São Paulo em 1920. A produção teórica de D’Ávila é pautada por livros didáticos para o antigo curso primário, para a formação de professores, como também artigos em revistas e jornais. Atuou em entidades culturais e educacionais e foi testemunha dos vários projetos e das diversas leis de diretrizes sobre a Educação no país.

Uma breve biografia e outros dados sobre o autor se encontram em textos da pesquisadora Thabata Aline Trevisan, tais como:"A Pedagogia segundo A. D'Avila" Disponível em http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem07pdf/sm07ss14_09.pdf

“O ensino da leitura e escrita segundo Antonio D’Ávila: práticas escolares(1940)”, disponível na Revista Brasileira de História da Educação V. 9, n. 20, p. 165-191 maio/ago 2009.

“A pedagogia por meio de pedagogia: teoria e prática”, disponível em  http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/Educacao/Dissertacoes/trevisan_ta_me_mar.pdf


             (2)





O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE mantém duas centenas de livros de formação de professores, onde se encontram vários educadores que editaram livros didáticos para o antigo Curso do Magistério ou Escola Normal.

Entre outros "As modernas directrizes da didactica" de 1935, monografia de Antonio DÁvila que será tratada em próximo artigo deste blog.


Obs. Colaborou com este texto Geize Costa dos Santos, estudante de Letras e estagiária da Biblioteca Monteiro Lobato.





Notas:

(1) Primeira ilustração:"Guia do Estudante". São Paulo, Tip. Ideal, 1939 (269p.)

(2) ROCCO, Prof. Dr. Salvador & (org).Poliantéia Comemorativa 1846- 1946- 1º Centenário do Ensino Normal
de São Paulo. SP: Gráfica Básica, 1946.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Escola Normal de S. Paulo



"Aos dois dias do mêz de agosto do anno de 1894, a uma hora da tarde, na sala principal do edificio da escola Normal da capital de S. Paulo, sito á praça da Republica....(...)
O Estado entrega ao serviço publico um dos estabelecimentos que mais engrandecem a sua civilização..."
Discurso do dr. Bernardino de Campos (presidente do Estado).



Pois foi nesse dia que o atual prédio da Secretaria da Educação de São Paulo, criado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, foi inaugurado.

Escola Normal de São Paulo, Escola Normal da Praça ou Instituto de Educação Caetano de Campos foram algumas das denominações que desde 1846, acompanharam um projeto de curso para a formação de professores.
Com várias interrupções,somente a partir de 1880 funcionou com mais regularidade.
O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE incorporou o presente livro que nos traz além da sessão inaugural do Edificio da Escola Normal, a sessão de Inauguração da Escola Polytechnica, em fevereiro de 1894 e do Gimnasio de S. Paulo, em setembro do mesmo ano.

O AHLE mantém três centenas de livros para a formação de professores datados dos anos de 1930 até anos 70, que tratam da trajetória do curso Normal de São Paulo e também das mudanças curriculares que o acompanharam.





segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Livro escolar como fonte de pesquisa e as Bibliotecas Infantis de São Paulo



D'ÁVILA, Antônio.
O tesouro da criança.
 SP; Companhia Editora Nacional, 1963.
 
Como objeto da cultura, o livro escolar insere-se em um contexto histórico e cultural, como produto da intencionalidade do processo educativo. Instrumento pedagógico, o livro escolar é expressão de conteúdos, de métodos de ensino, mas também de ausências, do que foi excluído, além de não revelar seu uso na prática educativa.
Nesse sentido a reunião de informações, muitas vezes fragmentadas e as conexões com um universo mais amplo, transformam esse material em significados explicativos, que contribuem para o conhecimento do processo educacional.
Para tanto o livro escolar é um material que por si só não contém um caráter elucidativo; a problematização dentro de um referencial teórico; o cuidado para não nos deixarmos influenciar por uma visão impregnada do presente e a necessidade de historicizá-los são alguns procedimentos que atribuem ao livro escolar valor documental.
Esses livros podem ser estudados em várias áreas do conhecimento histórico. Por exemplo, ao resguardarem uma forma de expressão que se alterou com o tempo, proporcionam a recuperação dos modos de comunicação e de linguagem entre o autor, o editor e a criança e o jovem escolar. As diferentes edições de um mesmo título oferecem revisões do livro, novas ilustrações, capas diferentes, informações que caracterizam as mudanças editoriais e o percurso da produção do livro escolar.



SANTOS, Theobaldo Miranda.
 Vamos Estudar?.
RJ: Livraria AGIR Editora, 1965.
No caso específico do Acervo Histórico do Livro Escolar – AHLE¹ a preservação desses livros, que na sua origem estavam disponíveis nas Bibliotecas Infantis de São Paulo, implica também a preservação da memória educativa e cultural de várias gerações que passaram por essas Bibliotecas, pois a maioria dos livros apresenta bolso com o cartão para empréstimo e o registro da freqüência com que foram retirados.
A história e a função dessas bibliotecas ao longo do tempo transparecem nesse acervo, que além de fonte de pesquisa, tem um apelo reminiscente, de recordação².

Notas

1. A origem do AHLE está no primeiro texto deste Blog.
2. A função e a organização das bibliotecas ao longo do tempo é tema presente no livro organizado por: BARATIN, Marc e JACOB Christian. O poder das Bibliotecas, a memória dos livros no Ocidente. Rio de Janeiro, UFRJ, 2006. São 14 textos a partir de um simpósio sobre bibliotecas na Biblioteca Nacional da França em 1993. Publicado em 1995 é recente sua tradução.




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR como registro e fonte de pesquisa do pensamento social sobre a Infância



ALMEIDA, Célia. Ache o rio e conte o fato.
Belo Horizonte: Editora Dimensão, 1987.
O Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE resguarda livros escolares antigos como Cartilhas, Primeiras Leituras e outros conteúdos de cunho escolar, abrangendo os cursos elementares, os secundários e os de formação de professores (as antigas Escolas Normais). O Acervo tem livros datados do fim do século 19 até a década de 1970.
Esses livros, como fonte de pesquisa e objetos da cultura e de um ambiente pedagógico específico, trazem as referências e os vestígios de práticas educativas atuais. Muitos tiveram inúmeras edições ao longo do tempo, atingindo, portanto várias gerações e alguns ainda são reeditados em novos padrões, tanto na forma (ilustrações, tamanho, diagramação etc.) quanto na organização e atualização dos temas abordados.

Atualmente novos paradigmas no cenário da Educação se apresentam, principalmente em relação à criança. Estudos cada vez mais especializados indicam que a Primeira Infância, por exemplo, anunciada como período de 0 até os seis anos de idade, deve ser privilegiada, por ser a fase onde se alicerça a sociabilidade e fase propícia a estímulos adequados ao crescimento cognitivo.


SOUZA, Iza Ramos de Azevedo. Cenas infantís.
São Paulo: Editôra do Brasil S.A., s/d.
O reconhecimento das primeiras iniciativas para a infância, de como determinada sociedade percebe a criança e dos contextos desse pensamento social podem direcionar novas propostas e proporcionar a circulação de idéias em torno da temática infantil.


Entre rupturas e permanências, os livros do AHLE, como fonte de pesquisa, apresentam conteúdos ainda consagrados: histórias infantis, cantigas, brincadeiras de roda, jogos e também representam um registro do pensamento sobre a infância através do século 20.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Revistas sobre Educação

Além dos livros didáticos e de uso escolar e de alguns poucos cadernos escolares, o AHLE tem Revistas de cunho pedagógico. A seguir exponho alguns desses exemplares, sempre com o objetivo de noticiar o Acervo e não em fazer análises sobre temas ligados à Educação. Esclarecimento necessário pois este BLOG tem sido um instrumento eficaz de divulgação do Acervo e para tanto textos curtos e objetivos são mais eficazes.



Revista do Ensino do Rio Grande do Sul



Revista n. 132 de 1967

Revistas sobre educação são fontes de pesquisa tanto em relação aos conteúdos que expressam, quanto ao contexto em que foram produzidas. No Brasil, periódicos ligados à Educação foram publicados desde o fim do século 19, muitos por iniciativa dos professores. Alguns trabalhos acadêmicos trazem um histórico da imprensa periódica pedagógica em geral (1) e outros, tratam especificamente de alguma publicação, no caso da Revista de Ensino do RS. (2)

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR – AHLE mantém alguns números da Revista do Ensino do Rio Grande do Sul de 1952 a 1968 e suplementos dessas revistas, sem data, de n. 37/38/39/e 40. Muitas dessas revistas contêm um material didático para o curso primário para ser utilizado pelos professores, tais como mapas, gravuras para serem usadas em sala de aula, datas históricas etc.

"Revista “Diversões Escolares”


Ex. de matérias da "Diversões Escolares"
Outra Revista que faz parte do AHLE é a “Diversões Escolares”, publicação mensal da Editora Abril. Temos os números: 1,8,11,13,19,28,29, de 1961 a 1963.

Notas:

(1) CATANI, Denise Barbara A imprensa periódica educacional: as revistas de ensino e o estudo do campo educacional. Educação e Filosofia, 1996. www.seer.ufu.br

(2) Verificar: BASTOS, Maria Helena Camara. A revista do ensino do RGS (1939-1942). Pelotas, Seiva, 2005. PEREIRA, Luiz Henrique Ferraz A revista do ensino do RGS e os discursos sobre o movimento da matemática moderna. www.sbhe.org.br